No início deste mês, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a ConectarAgro ganhou duas adesões de peso de grandes operadoras, a AWS (Amazon Web Services), plataforma de serviços de computação em nuvem de uma das maiores empresas de tecnologia do planeta, que pertence ao bilionário Jeff Bezos, e a Vivo, maior operadora brasileira que detém cerca de 33% do mercado de telefonia móvel. “Em 2022, a Vivo investiu R$ 9,5 bilhões em conectividade”, diz Diego Aguiar, diretor de operações da empresa. “Entrar nesse projeto está dentro dos investimentos”. Na conferência de resultados, no final do ano passado, a estimativa era de que esse montante se repetiria em 2023, segundo o CEO da Vivo, Christian Gebara.
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Atualmente, se beneficiam desse esquema idealizado pela ConectarAgro 90 mil propriedades rurais que estão cobertas e 1,1 milhão de hectares. Com um adendo. Ao levar conectividade às propriedades, sejam elas grandes ou pequenas, outro entorno também se beneficia. Hoje, a conectividade instalada alcança 65 unidades básicas de saúde e 221 escolas públicas em áreas rurais. “Tecnologia é inclusão e estamos caminhando nesse sentido”, diz Ana Andrade, presidente da ConectarAgro, vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e diretora de assuntos governamentais da AGCO para América do Sul. Vale registrar que a ConectarAgro não tem fins lucrativos.
Para Gregory Riordan, vice-presidente da associação, e diretor de tecnologias digitais e de precisão da CNH Industrial para a América do Sul, existe “desde lá atrás, uma mola de compressão de demanda por conectividade”. A aceleração mais rápida de adoção se deve a esse cenário. “Máquinas, sensores e pessoas estão prontos e as grandes empresas de telefonia perceberam que o momento é agora”, diz Riordan. E mais, essa adoção da conectividade está diretamente ligada ao retorno da atividade no campo, levando benefícios financeiros aos seus usuários.
A presidente da ConectarAgro anunciou, também durante a Agrishow, a criação do ICR (Indicador de Conectividade Rural), em parceria com a UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais. Os indicadores de conectividade, que são focados na densidade populacional, logicamente, acabam dando um maior peso para as áreas urbanas. Um indicador específico para o campo deve levar em consideração, e peso, outras variáveis que refletem a importância do meio rural como, por exemplo, o uso das tecnologias 2G, 3G, 4G e NB-IoT, e o valor da produção agrícola e pecuária.