Jaffe começou a desenvolver sua empresa (e seus sabores de sorvete) em 2018. “Ninguém estava falando sobre agricultura regenerativa na época. Por isso, nosso foco era o leite orgânico e de gado criado a pasto.”
Mas, então, ele conheceu os Alexandres, um casal do norte da Califórnia que estava construindo sua própria marca: a Alexandre Family Farm, especializada em leite A2 orgânico, amigo do intestino, além de ser o primeiro laticínio certificado pela ROC nos EUA. A fazenda da família, em Crescent City, agora produz não apenas leite, mas também iogurte, creme e kefir.
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“Eu apenas senti que, sim, embora o sorvete seja uma categoria realmente competitiva, ninguém combinou sustentabilidade e sabor com sucesso, e isso por si só seria um fator diferenciador para nós.”
Um dos desafios de iniciar uma marca de alimentos tão centrada em ingredientes e sustentabilidade é encontrar um co-packer, ou fabricante, que esteja disposto a trabalhar com a mesma intenção, explica Jaffe. Ele encontrou uma fábrica de sorvetes em Petaluma, na Califórnia, que estava à venda. Significava, então, que não precisava depender de terceiros, mas poderia fabricar os produtos.
Mas isso foi apenas o começo. Embora Jaffe tivesse um suprimento constante de leite A2 dos Alexandres, alguns dos sabores exigiam ingredientes adicionais, além de descobrir que orgânicos certificados eram um caminho complicado. “Quando você está fazendo um sorvete em que deseja adicionar pedaços de massa de biscoito, por exemplo, precisa encontrar alguém que faça isso usando apenas ingredientes orgânicos. Não há muitas pessoas por aí fazendo sabores e adições puramente orgânicos, como massa de biscoito”.
Apesar dos obstáculos, Jaffe manteve sua visão e, felizmente, os parceiros responderam.
Enquanto começaram com lojas de alimentos independentes na Bay Area, a empresa passou a atrair o interesse de supermercados em todo o estado e além. Trabalhando com distribuidores nacionais de alimentos, Jaffe expandiu a Alec’s Ice Cream para Whole Foods e Sprouts nos Estados Unidos.
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Para tornar o leite A2 e os alimentos orgânicos regenerativos mais amplamente disponíveis, Jaffe diz que os consumidores precisam exigi-los. “Se o público comprar, as lojas vão estocar mais e os agricultores vão cultivar ou produzir mais. É por isso que é tão importante que as pessoas apoiem as mudanças que desejam ver na indústria de alimentos.”
Além de simplesmente aumentar a demanda dos clientes, a indústria poderia usar mais infraestrutura para apoiar outros agricultores que queiram aderir. “Precisamos tornar mais fácil para os produtores rurais e a agroindústria a criar esse tipo de linha puramente orgânica. Tudo o que é colhido ou produzido vai para um intermediário. Pode ser um moinho, um processador ou alguém como nós, transformando leite em sorvete. Precisamos de mais infraestrutura para apoiar alimentos orgânicos regenerativos o tempo todo.”
Como resultado, Jaffe decidiu apoiar a Regenerate America, uma organização sem fins lucrativos, defendendo mais dinheiro e recursos para a agricultura regenerativa na Farm Bill dos EUA, que deve ser renovada ainda este ano. Essas atualizações durarão até 2028.
Portanto, empreendedores como Jaffe estão defendendo não apenas suas próprias marcas, mas uma mudança mais ampla no ecossistema. “O sorvete é um veículo divertido para fazer isso. Todo mundo adora sorvete”, diz Jaffe.
*Esha Chhabra é colaboradora da Forbes EUA. Também escreve para San Francisco Chronicle, New York Times, Atlantic, Economist e The Guardian (tradução: Vera Ondei).