Meati levanta US$ 50 milhões para produzir bifes à base de fungos

Apresentado por
7 de julho de 2021
Divulgação

O bife de cogumelos da Meati chegará aos restaurantes em 2022

A corrida para comercializar alternativas mais saborosas à carne está começando a fazer barulho: a startup Meati, sediada em Boulder, Colorado (EUA), que atua com foco em cogumelos, acaba de levantar US$ 50 milhões.

A empresa utiliza as raízes de cogumelos para produzir cortes completos, como bifes prontos para serem fatiados em cima de uma salada ou peito de frango empanado e frito como um sanduíche. Grande parte dos recursos captados com a série B será destinada à conclusão da construção de uma planta de aproximadamente 7.432 metros quadrados, que em breve irá gerar milhões de quilos para a Meati a tempo de um lançamento comercial em 2022.

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“No final das contas, estamos introduzindo um tipo totalmente novo de alimento e de proteína”, diz o CEO e cofundador Tyler Huggins, sorrindo do seu escritório em Boulder. “Quero fazer isso da maneira certa, trazendo as pessoas para a mesa de carnes e ter uma conversa.”

A rodada foi liderada pela Acre Venture Partners e um novo investidor, a BOND, empresa de capital de risco cofundada por Mary Meeker, presente na “Midas List”, da Forbes. Este é o primeiro empreendimento fundado e liderado por mulheres a cruzar a linha de um bilhão de dólares. Prelude Ventures, Congruent Ventures e Tao Capital também participaram da rodada de financiamento.

Uma lista impressionante de insiders da indústria de alimentos também atua como investidores e consultores. Entre as personalidades, estão Rose Marcario, ex-CEO da Patagonia; John Foraker, ex-CEO da Annie’s Organic; Walter Robb, ex-CEO da Whole Foods Market; Nicolas Jammet e Jonathan Neman (ambos cofundadores da Sweetgreen); Sam Kass, ex-assessor de política sênior da Casa Branca para nutrição e sócio da Acre; e David Barber, coproprietário da Blue Hill Restaurants e fundador da Almanac Investments.

Para produzir sua proteína, a Meati usa fermentação, um grande avanço tecnológico que os investidores têm procurado atualmente. Pelo menos US$ 435 milhões dos US$ 2 bilhões arrecadados em 2020 em empresas de proteínas alternativas vieram de startups que impulsionam a pesquisa e o desenvolvimento da fermentação, de acordo com o Good Food Institute. Atualmente, existem pelo menos 20 startups nos Estados Unidos trabalhando para comercializar essa tecnologia.

Os investidores que procuram produtos à base de fungos acreditam que suas apostas terão uma maior chance de sucesso no futuro, por conta da menor quantidade de ingredientes e processamento e, muitas vezes, melhor nutrição do que as alternativas à base de proteína de soja ou ervilha. No entanto, muitas coisas podem dar errado no impulso em direção à comercialização, e a Meati, há três anos no mercado, tem alguns concorrentes bem financiados e fundamentados. Claro, todos eles estão tentando dar uma mordida na indústria de carne de US$ 1 trilhão dos Estados Unidos.

Um concorrente importante é a Atlast Food Co, uma empresa de uma década do estado de Nova York. A companhia é pioneira na pesquisa de raízes de cogumelos chamadas micélio, e arrecadou US$ 40 milhões em financiamento da série B em abril. Na mesma época, a Meati também levantou US$ 18 milhões em financiamento de dívida, após garantir US$ 28 milhões em financiamento da série A, liderada pela Acre, em 2020.

A Meati foi fundada em 2019 por Huggins e o CTO Justin Whiteley, após se conhecerem na Universidade do Colorado, em Boulder, enquanto trabalhavam em seus próprios Ph.Ds. Whiteley se especializou em materiais, enquanto Huggins é um ex-biólogo de campo que descobriu o poder do micélio.

Huggins cresceu em Montana, no rancho de bisão de seu pai, onde os animais pastavam na grama dia após dia, e onde ele comia carnes de caça regularmente. “Aprendi desde muito cedo que a carne não vem do supermercado. Existem várias etapas de trabalho árduo antes disso”, diz Huggins. Essa mentalidade acabou sendo o que o ajudou a abrir seus olhos para as possibilidades que o micélio poderia fornecer como fonte de alimento. “Eu estava olhando para a natureza como uma caixa de ferramentas”, explica.

A Meati, única empresa na indústria de proteína alternativa que não busca só o lucro, afirma que seu micélio é “extremamente eficiente em termos de recursos” e que, em escala, a sua planta produzirá o equivalente a 4.500 vacas a cada 24 horas. Segundo Huggins, essa taxa ajudará a empresa a alcançar a paridade de preços com a carne convencional da agricultura industrial.

Para a conselheira Rose Marcario, que lançou a filial varejista de alimentos Patagonia Provisions durante seus sete anos à frente da Patagonia, “eles têm o compromisso de ser intransigentes sobre os processos e insumos que utilizam. O que as empresas responsáveis ​​fazem é examinar profundamente suas cadeias de suprimentos e melhorá-las continuamente. Isso lhes dá uma vantagem [em relação às outras companhias]”.

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