O BNDES vai reduzir juros de suas linhas de financiamentos para alguns setores, como siderurgia, que assumirem compromissos de redução de emissões de carbono, disse o diretor de crédito produtivo e socioambiental do banco, Bruno Aranha, hoje (03).
Segundo ele, o banco quer estimular o processo de transição das empresas para a economia de baixo carbono. O ponto de partida da iniciativa foi o setor de biocombustíveis, que poderá se beneficiar de juros mais baixos nos empréstimos tomados do BNDES, caso alcance metas de redução de emissão de CO2.
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Ao menos três contratos já foram fechados com empresas do setor sucroalcoleiro que se comprometeram a diminuir a pegada de carbono nas suas atividades.
Os juros, formados pela TLP ou por referenciais de custo de mercado, mais uma remuneração básica do BNDES de 1,5% ao ano, e uma taxa de risco de crédito, poderão ser reduzidos em até 0,4 ponto percentual caso o cliente comprove, após o período de carência, ter alcançado as metas de redução de emissão de CO2 definidas pelo programa, afirmou o banco.
O diretor do BNDES acrescentou que a ideia é estender o programa de incentivo à redução de emissão de carbono a outros setores como metalurgia e siderurgia.
“Esse são setores que têm esse desafio de pegada de carbono e que o banco financia”, disse ele a Reuters. “Nesses setores estamos estudando quanto pode chegar (a redução de juros), mas pode chegar no padrão de biocombustíveis”, adicionou.
O banco quer fomentar a criação de um mercado de carbono dentro da carteira de crédito do banco. Setores que retiram carbono do meio ambiente poderiam negociar créditos de carbono com empresas mais poluentes.
“Hoje, o setor florestal que tem uma área que foi desmatada, se ele faz o reflorestamento, ele gera um crédito de carbono. Isso vai ser validado por uma terceira empresa. O que a gente quer fazer é estruturar esse mercado voluntário”, explicou Aranha.
“Uma empresa como a Petrobras, por exemplo, ou outra do setor de óleo e gás, vai comprar esse crédito do setor florestal. O BNDES está no meio do caminho e pode até comprar o crédito do setor florestal e depois vender, transmitir esse crédito para a emissora”, acrescentou.
O banco também decidiu banir de futuros financiamentos projetos ligados a produção de carvão mineral e térmicas movidas a carvão mineral. (Com Reuters)
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