Na conferência que destacou combustíveis renováveis e mais “limpos” e investidores se afastando de apostas nos combustíveis fósseis, Brasil, Gana, Guiana e Suriname estabeleceram agendas para bombear massivamente petróleo e gás que poderiam remodelar suas economias — caso consigam colocar os produtos no mercado antes que os valores diminuam.
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Historicamente, um lugar para as empresas de petróleo se gabarem de descobertas em águas profundas, a conferência deste ano em Houston apresentou combustíveis mais limpos e a urgência na redução de emissões, acentuando tecnologias de baixo carbono, energia eólica no mar e hidrogênio de combustão limpa.
CHAVE PARA O FUTURO
“Temos milhões de pessoas sem eletricidade na África”, disse o ministro da Energia de Gana, Matthew Opoku Prempeh, em um discurso ecoado por outros produtores de energia emergentes. “Transição de energia não significa que veremos nossos recursos inexplorados.”
“Fomos convocados a deixar nosso óleo no solo. Acredito que isso é totalmente injusto”, disse Jagdeo.
“Ao sermos um pequeno país, não teremos a capacidade e a estrutura para um operação ideal da indústria de petróleo agora, mas vamos continuar melhorando.”
Suriname, que compartilha uma bacia de petróleo com a Guiana, também acredita que pode ingressar no clube dos principais produtores e usar a receita do óleo para financiar o desenvolvimento de combustíveis mais limpos.
“Precisamos saber o que a indústria de petróleo e gás vai entregar no final do dia”, disse Patrick Brunings, gerente de exploração e ativos de subsuperfície para a empresa de energia do Suriname Staatsolie.
“Precisaremos desse dinheiro para investir nessas indústrias verdes”, disse ele.
OFFSHORE É MAIS LIMPO
Mesmo com energia solar, eólica e a hidrogênio aumentando como fontes alternativas, a demanda por combustíveis fósseis não vai desaparecer, argumentam os especialistas.
Metas de efeito estufa podem ser ajudadas se os produtores desenvolverem campos de petróleo com emissões de carbono potencialmente mais baixas do que as áreas tradicionais. “O que é necessário é que tenhamos certeza de que produzimos a energia que a sociedade precisa com uma atitude responsável”, disse Veronica Coelho, chefe no Brasil da norueguesa Equinor .
O país planeja realizar duas rodadas de licitação neste ano e estimular o desenvolvimento das áreas do “pré-sal”. “O pré-sal é um ativo extraordinário e muito importante”, disse Decio Oddone, presidente-executivo da produtora brasileira Enauta.
Com horizontes de investimento de cinco a dez anos antesda produção começar em novos campos, os produtores estão pedindonovas concessões.
“Com a transição energética, se não oferecermos esses ativosagora, correremos o risco de deixar recursos no solo”, disse o diretor-geral da agência reguladora brasileira ANP Rodolfo Saboia. “Esta é a última grande janela de oportunidade.” (Com Reuters)
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