“O marco inicial de minha carreira foi o convite de um amigo e arquiteto, Octavio Gabaglia, para decorar um hotel em Búzios, no litoral fluminense. O segundo desafio que me surgiu foi um condomínio em Angra dos Reis, onde assinei a decoração de várias casas próximas umas das outras”, lembra ela. “Algum tempo depois fiz o prédio de uma grande empresa. E, há cerca de 15 anos, enfim, surgiu um novo desafio, muito mais complexo: atuar na área hospitalar. Pensei inicialmente em recusar a proposta, achando que não teria nisso o mesmo prazer que os projetos residenciais me dão.” Mas ela aceitou a encomenda — e essa foi a primeira de muitas para companhias como Amil e Laboratórios Médicos Sérgio Franco, dentre outras. Em hospitais, explica Solange, a ambientação de interiores tem de seguir exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e usar móveis específicos, com materiais de acabamento também específicos.
Mesmo atuando dentro de limites tão estritos, ela conseguiu reinventar a atividade: “Até então os centros hospitalares brasileiros eram locais frios, básicos, pálidos, em geral brancos ou verdes. Meu desafio foi quebrar esse paradigma. Introduzi o uso de madeiras claras, cores quentes e suaves e detalhes que foram mudando o aspecto dos estabelecimentos de saúde e dando-lhes uma atmosfera agradável, aconchegante. Meu objetivo é fazer com que o paciente se sinta acolhido nesses complexos”, detalha. “Hoje, percebo que meus esforços resultaram em uma mudança de paradigma no setor, gerando um padrão adotado por várias redes hospitalares. É uma realização saber que meu trabalho fez diferença.”