O estilista Christian Dior era apaixonado por flores, e a grife de moda que leva seu nome, hoje pertencente ao grupo LVMH, maior conglomerado de marcas de luxo do mundo, conseguiu levar essa paixão para além dos croquis. Flores são a base da divisão de cosméticos da Christian Dior, a chamada Dior Skincare. A marca usa espécies variadas como princípio ativo de seus produtos para tratamento facial, e atualmente mantém oito jardins ao redor do mundo.
A França concentra quatro deles, responsáveis pelo cultivo de cinco flores: Kniphofia, Mallow, Yquem Vine, Rose de Granville e Rose Souveraine. Há um jardim no Uzbequistão (Ásia), dois em Madagascar, e um em Burkina Faso, ambos na África.
A flor Longoza, colhida uma vez por ano em Madagascar, faz parte do composto ativo de uma das linhas antienvelhecimento da marca. Já a africana Opilia atua nas marcas de pigmentação e vermelhidão da pele. “Temos trabalhado junto a jardins botânicos ao redor do mundo que cultivam e estudam plantas para que eles nos deem dicas sobre que tipo de flores deveríamos cultivar. Estamos olhando para diferentes possibilidades na Ásia e na América do Sul. Temos que achar novos ingredientes”, disse Édouard Mauvais-Jarvis, diretor mundial de comunicação científica e meio ambiente da Dior, a FORBES Brasil, durante visita ao país.
O LVMH possui outras nove marcas de cosméticos e perfumes, como Guerlain, Kenzo e Nude. A receita total do grupo — com mais de 60 grifes nos segmentos de moda, bebidas, relógios e joalheria — foi de 35,7 bilhões de euros no ano passado, sendo a área de cosméticos e perfumes responsável por 13% desse total. Dentro dessa categoria, os perfumes representam 41%, seguidos por maquiagens (40%) e cosméticos (19%).