Se alguém ainda tinha dúvida de que vestir peles de animais havia saído de moda, vai precisar mudar de ideia de vez. A Chanel, maior ícone da moda mundial, anunciou que não vai mais usar o material nem couros exóticos — crocodilo, cobra, lagarto e arraia, por exemplo — em suas roupas e acessórios.
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Dar adeus às peles foi um dos mais intensos movimentos da moda neste ano, ao qual já haviam aderido Maison Margiela, Michael Kors, Gucci e Versace. A Burberry, aliás, declarou que não vai mais usar coelho, raposa, guaxinim e angorá em seus casacos e acessórios.
Na última semana de moda de Londres, nenhuma das oitenta grifes participantes exibiu casacos de pele em suas coleções. Um levantamento da ONG People for the Ethical Treatment of Animals — a famosa e temida PETA — descobriu que 95% das marcas do Reino Unido não usam mais pele em suas criações. Mesmo Karl Lagerfeld, diretor criativo da marca e que em inúmeras ocasiões havia batido de frente com ambientalistas e defendido o uso de pele, se rendeu ao movimento. O desfile da Chanel, em março deste ano, teve apenas peles sintéticas.
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A decisão se deve à pressão de movimentos por direitos dos animais, e reflete a preocupação em manter uma boa imagem numa era em que as redes sociais podem consagrar ou demolir uma marca. O presidente da Chanel, Bruno Pavlovsky, mencionou a dificuldade em garantir fontes éticas e responsáveis dos produtos que optou por abolir.
A cobrança por materiais sustentáveis também é característica das gerações mais jovens, e é claro que a moda precisa absorver esse tipo de demanda se quiser sobreviver. Tudo indica que o próximo passo será a busca por novos tecidos e materiais, capazes de substituir com qualidade, conforto e segurança, os produtos de origem animal. Por enquanto, couro bovino e de ovelha continuam em uso pela maior parte da indústria.