Versace, Coach e Givenchy pedem desculpas à China após polêmica com camiseta

12 de agosto de 2019
Reprodução/Forbes

A designer Donatella Versace pediu desculpas em seu Instagram no domingo

Resumo:

  • Versace, Coach e Givenchy pediram desculpas após críticas nas redes sociais devido a uma camiseta que pareceu identificar Taiwan, Hong Kong e Macau como independentes do governo chinês;
  • A Versace foi a primeira a emitir um comunicado, seguida pelas outras duas grifes;
  • A China representa uma fatia enorme e crescente do mercado da alta moda, bolsas de luxo e joias, mas marcas norte-americanas e europeias têm cometido erros graves.

Três marcas de luxoVersace, Coach e Givenchy– pediram desculpas depois de críticas nas redes sociais devido a uma camiseta que parecia identificar Taiwan, Hong Kong e Macau como independentes do governo chinês.

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A Versace foi a primeira a se desculpar no domingo (11). A camiseta listava as lojas da marca em todo o mundo, mas incomodou os consumidores chineses nas redes, pois mostrava Hong Kong e Macau como países independentes. As ex-colônias tornaram-se parte da China em 1997 e 1999. A camiseta foi removida das prateleiras em 24 de julho, e as ações despencaram, disse a casa de design italiana.

A designer Donatella Versace pediu desculpas em seu Instagram no domingo: “Nunca quis desrespeitar a soberania nacional da China e é por isso que eu quero me desculpar pessoalmente por tamanha imprecisão e problema que possa ter causado.”

A atriz Yang Mi, que era embaixadora da grife no país, decidiu cortar os laços com a grife. “A soberania e a integridade territorial da China são sagradas e invioláveis ​​em todos os momentos”, disse seu estúdio em um comunicado.

A modelo Liu Wen e o membro da boyband TFBoys Jackson Yee, desde então, desistiram de ser embaixadores de marcas de luxo criticadas por insensibilidades políticas. A Coach, que Liu representava na China, foi repreendida por conta de uma camiseta que parece mostrar Taiwan como um estado soberano, em vez de uma província separatista chinesa, como considera Pequim. “Meu descuido em escolher com qual marca trabalhar prejudicou a todos. Peço desculpas! Eu amo minha pátria e resolutamente defendo a soberania da China”, disse. A Givenchy, representada por Yee, se referiu a Hong Kong e Macau como territórios independentes em uma peça similar.

A marca norte-americana pediu desculpas hoje (12) em um comunicado nas redes dizendo que “a Coach respeita e apoia a soberania e a integridade territorial da China”, e acrescentou que suspendeu as vendas depois de encontrar a “séria imprecisão”, em maio do ano passado.

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A Givenchy disse em um comunicado postado no Weibo que “por qualquer negligência e erros humanos, devemos corrigir e tomar precauções imediatas. A Givenchy sempre respeitou a soberania do país e adere firmemente ao princípio de uma só China inabalável.”

Fato surpreendente: os gastos chineses representaram um terço do mercado global de compras de luxo em 2018, segundo a empresa de investimentos Bain Capital, e as grifes estão cada vez mais voltando sua atenção para os consumidores jovens e ricos da região.

A China é uma fatia enorme e crescente do negócio de designs da moda sofisticada, bolsas de luxo e joias, mas marcas norte-americanas e europeias têm cometido erros graves.

No ano passado, a Dolce & Gabbana provocou polêmica depois que uma campanha publicitária mostrou uma modelo com dificuldade para comer pizza e cannoli com hashis. A situação apenas piorou depois de Stefano Gabbana ter se envolvido em uma polêmica por discurso racista. A grife, cujas vendas continuam com dificuldades na China, tornou-se um alvo da “cultura de cancelamento” do país, em que consumidores passaram a boicotar a marca após uma controvérsia tornada pública nas redes sociais, segundo a “The Fashion Law”.

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A relação de Pequim com a ilha democrática e autoritária de Taiwan sempre foi um assunto tenso para as empresas internacionais, mas se tornou um ponto crítico sob a liderança do presidente linha-dura da China, Xi Jingping. Companhias aéreas e hotéis que listaram Taipei, em Taiwan, e não Taipei, na China, como destino, enfrentaram ameaças de serem impedidas de operar no território.


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