Nos Estados Unidos, maior mercado global para o segmento de meditação em geral – que inclui palestras, retiros, livros e conteúdo online –, o crescimento deve chegar aos 11,4% até 2022, o equivalente a US$ 2,08 bilhões em geração de receita.
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Os principais provedores de apps de meditação incluem a Calm, criada pelo empreendedor britânico Michael Acton Smith, que se tornou unicórnio no ano passado. Outro destaque é o Headspace, fundado pelo ex-monge Andy Puddicombe, que captou US$ 93 milhões em uma rodada série C em fevereiro. Ambas as plataformas têm investido em conteúdo – como programas para ajudar usuários a lidarem com a tensão do coronavírus e até histórias de ninar narradas por celebridades.
“Se empresas querem alta performance, precisam que seus líderes sejam tradutores rápidos de pessoas e de situações, e a meditação ajuda a perceber com mais clareza onde atuar,” diz Ken O’Donnell, coordenador para a América Latina da Brahma KumarisPrincipal expoente brasileiro do setor, o Zen registra 3,5 milhões de downloads de seu aplicativo e 250 mil usuários ativos em 150 países, servidos com conteúdo em três idiomas. Segundo a cofundadora da startup de Santos (SP), Juliana Góes, a empresa caminha para se tornar uma “plataforma de transformação de vida”: novos produtos sob o guarda-chuva do Zen, como o Sonno, app focado em insônia, foram lançados este ano – e uma oferta de educação online também está nos planos. “Conseguimos nos encaixar na rotina dos nossos assinantes o dia todo, de forma versátil e em diversos formatos”, aponta.
Andrea Iorio, ex-country manager do Tinder e um dos investidores-anjo do Zen, notou a oportunidade quando analisava o mercado de aplicativos e decidiu apoiar o início do negócio. Segundo ele, o Headspace e o Calm não ameaçam a empresa brasileira: “Usuários latinos tendem a começar com eles e depois buscam experiências locais”, afirma. “[Os aplicativos estrangeiros] são produtos que educaram o mercado, que era resistente à meditação digital, mas não souberam servir usuários com criação de conteúdo local – e é aí que o Zen se diferencia.”
Reportagem publicada na edição 76, lançada em abril de 2020
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