Diversos registros históricos mostram que, até o século 11, as pessoas utilizavam as mãos para levar os alimentos à boca. Os mais educados eram aqueles que usavam apenas três dedos.
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A faca, por sua vez, é considerada o mais antigo dos talheres e sua criação é atribuída ao Homo erectus, que utilizou as pedras para criar um objeto cortante para caça e defesa. Por volta de 3000 a.C., as facas passaram e ser feitas de metal e ser utilizadas também para descascar frutas.
A colher foi criada depois da faca, mas antes do garfo: algumas escavações arqueológicas descobriram objetos com mais de 20 mil anos de idade, com um formato de concha, feitos de madeira, pedra e marfim. Tudo indica que a colher já surgiu como um objeto de uso coletivo para mexer os alimentos durante seu preparo ou jogar molho neles. Somente por volta do século 17 a colher passou a fazer parte dos utensílios das refeições para tomar sopas e cremes. Considerados mais higiênicos que garfos e colheres, os hashis surgiram por volta de 2500 a.C.. Os primeiros modelos, feitos de bambu, eram utilizados somente para grelhar carnes. Por volta de 1776 a.C., o uso de hashis começou a ser adotado nas refeições.
A França se destaca por popularizar e definir regras para o uso de talheres. Por volta de 1630, o cardeal francês Richelieu, precursor das boas maneiras, sugeriu que cada pessoa deveria ter um talher para ser usado exclusivamente à mesa. A rainha Catarina de Médici apresentou o conjunto completo de utensílios para os banquetes da corte de Luis 14. Vem daquela época o uso correto de talheres como parte das regras de etiqueta social e bons modos à mesa, como, por exemplo: ter um garfo específico para comer peixe; o uso do garfo na mão esquerda, e da faca na mão direita, para levar a comida à boca.
Carla Bolla é restauratrice do La Tambouille, em São Paulo.
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Artigo publicado na edição 99 da revista Forbes, em julho de 2022.