Os pacientes negros afetados pelo vírus tinham 11% mais probabilidade de morrer ou de serem transferidos para unidades de cuidados paliativos em até 30 dias após a admissão no hospital do que pacientes brancos quando fatores como idade, condições de saúde pré-existentes e características socioeconômicas são levados em consideração, de acordo com pesquisa publicada pela JAMA Network Open.
Uma possível razão por trás dessa disparidade poderia ser que “hospitais localizados em bairros desfavorecidos podem ter condições financeiras ruins e, por isso, oferecer atendimento de qualidade inferior, resultado das diferenças que existem entre quem pode pagar e quem usa os serviços da comunidade”, sugeriram os pesquisadores. As descobertas, segundo eles, estão mais para “evidências de fatores estruturais” que afetam desproporcionalmente a saúde dos negros nos EUA.
Abordar a segregação hospitalar e melhorar a qualidade e recursos dos hospitais que atendem às comunidades negras pode ajudar a resolver a taxa de mortalidade desigual, acrescentaram os pesquisadores.
Dada a ligação entre internações hospitalares e o Estado, os especialistas disseram ser possível que as diferenças raciais “tenham sido criadas em nível governamental, e não hospitalar”, uma possibilidade que deve ser investigada mais profundamente e pode exigir soluções macro para serem corrigidas.
Durante a pandemia, os negros têm uma probabilidade desproporcionalmente maior de contrair, serem hospitalizados e morrerem de Covid-19 do que os brancos. Eles também receberam uma parcela muito menor das vacinas disponíveis, algo muitas vezes atribuído à desconfiança nos imunizantes e na conduta médica alimentada pelo racismo estrutural, com apelos para expandir os cuidados de saúde e o acesso à informação e vacinas para as comunidades negras.
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As desigualdades em torno da Covid-19 estão inseridas em uma estrutura maior de desigualdades de saúde racial nos Estados Unidos, que sobrecarregam e colocam em risco a vida dos negros de maneira desproporcional.
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