De acordo com a pesquisa, que foi publicada este mês na revista científica Molecules, testes realizados em laboratório apontaram que a molécula extraída do veneno do réptil inibiu em 75% a capacidade do vírus se multiplicar em células de macaco.
A molécula é um peptídeo, ou cadeia de aminoácidos, que consegue bloquear uma enzima do coronavírus chamada PLPro, vital para a reprodução do vírus, sem prejudicar outras células.
Já conhecido por suas qualidades antibacterianas, o peptídeo pode ser sintetizado em laboratório, disse Guido, tornando desnecessária a captura ou criação de cobras.
“A gente tem um receio que as pessoas saiam caçando a jararacuçu pelo Brasil a fora achando que vai salvar o mundo ou a seu grupo, sua família… não é isto”, disse Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan. “O componente que foi descoberto é uma fração dentro do veneno, e não é o veneno em si que vai fazer a cura do coranavírus nesse momento.”
“É o primeiro passo de uma longa caminhada… o processo é muito longo. Esse componente do veneno mostrou para gente nesse trabalho que tem potencial de desenvolvimento ali dentro. Numa longa estrada, a gente deu os primeiros passos”, ressaltou o pesquisador.
Participaram da pesquisa, além da USP e da Unesp, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
A jararacuçu é uma das maiores serpentes do Brasil, podendo medir até 1,80 metro, e vive na Mata Atlântica. A serpente também pode ser encontrada na Bolívia, Paraguai e Argentina. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.