Resumo:
- Um relatório divulgado por uma pesquisadora da Universidade de Nova York mostra que o presidente dos EUA, Donald Trump gastou até US$ 2 milhões em 1.800 posts pagos no Facebook;
- As postagens tinham como tema uma “força-tarefa” contra o impeachment de Trump;
- O objetivo das postagens é coletar informações de usuários e entender suas posições em diferentes assuntos de campanha.
O presidente dos EUA, Donald Trump, patrocinou mais de 1.800 postagens contendo a palavra “impeachment” na última semana e gastou até US$ 2 milhões no processo de acordo com uma análise da pesquisadora Laura Edelson, da Universidade de Nova York.
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Segundo Laura, os anúncios foram vistos entre 16 milhões e 18 milhões de vezes nos últimos sete dias. Ela também estima que Trump tenha gasto entre US$ 600 mil e US$ 2 milhões durante o período.
Nos anúncios, Trump pede aos usuários do Facebook que se unam à “Official Impeachment Defense Task Force” (Força-Tarefa Oficial Contra o Impeachment) para “saber quem ficou ao seu lado quando realmente importava”, entre outras mensagens.
De acordo com a análise, a página do vice-presidente Mike Pence se uniu ao esforço e gastou mais de US$ 700 mil entre 22 e 28 de setembro. Um dos post patrocinados fala que “os democratas se fortalecem silenciando e intimidando apoiadores como VOCÊ. Eles querem tirar o SEU VOTO”.
O objetivo das postagens é coletar informações de usuários e entender suas posições em diferentes assuntos de campanha, explica Laura.
Nick Clegg, ex-vice-primeiro ministro do Reino Unido, é o vice-presidente de comunicações e assuntos globais do Facebook. Em 24 de setembro, ele disse que a rede social não está verificando os fatos publicados por políticos em posts patrocinados. Para os críticos, os homens públicos, dessa forma, poderão disseminar livremente informações incorretas, ódio e abusos.
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Fato surpreendente: Trump gastou quase US$ 20 milhões em posts pagos no Facebook desde maio de 2018, quando a rede social passou a divulgar gastos políticos em patrocínios. O “The New York Times” disse em maio que Trump havia gasto quase US$ 5 milhões no ano, superando os candidatos presidenciais democratas (os 23 democratas acabaram ganhando de Trump no fim das contas).
Fique atento: como o Facebook tenta, ou não, lidar com as campanhas de desinformação política em 2020. Mais de 70 países estão executando esse tipo de campanha, de acordo com pesquisadores da universidade de Oxford, e o Facebook é a plataforma escolhida para isso.
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Histórico relevante: a política de propagandas políticas do Facebook foi divulgada depois da revelação de que a Rússia abusou dos mecanismos da plataforma nas eleições de 2016. O “The Wall Street Journal” reportou que a rede social considerou se livrar dos anúncios de cunho político, mas o CEO, Mark Zuckerberg, tomou a decisão final de mantê-los. Em agosto, o Facebook anunciou que um número de identificação registrado deve ser fornecido para que uma campanha possa veicular propaganda política na plataforma. Foi revelado também um arquivo desse tipo de publicidade para mostrar transparência, mas críticos declararam que estava cheio de erros e problemas técnicos.
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