Em 2018, diversos CEOs e altos executivos de empresas de grande porte deixaram seus cargos. Alguns foram forçados a sair, outros renunciaram. Um morreu. Devido a essas notáveis mudanças no comando das companhias, os últimos doze meses foram bem movimentados no noticiário corporativo.
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Veja, na galeria de fotos abaixo, as 10 movimentações que mais marcaram o mundo corporativo em 2018:
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Getty Images Kevin Systrom, Instagram
Em 2006, quando ainda estudava na Universidade de Stanford, Kevin Systrom recebeu uma oferta de Mark Zuckerberg para trabalhar no Facebook. Ele negou a proposta para priorizar os estudos. Systrom mais tarde entraria para o Facebook, mas por seus próprios termos. Em 2012, ele vendeu sua rede de compartilhamento de fotos, o Instagram, para Zuckerberg por US$ 1 bilhão, e ganhou US$ 400 milhões graças às suas ações.
Em setembro deste ano, ao lado do cofundador do Instagram, Mike Krieger, Systrom, então CEO da rede que criou, anunciou a decisão de se afastar da companhia, em meio a tensões com Zuckerberg, sobretudo pelo escândalo da Cambridge Analytica. Nos seis anos em que trabalhou para o Facebook, Systrom foi fundamental para gerar receita para empresa com anúncios publicitários, assim como para popularizar a rede entre os mais jovens.
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Getty Images Indra Nooyi, Pepsi
Em outubro, o mundo corporativo perdeu uma de suas poucas grandes CEOs, com a demissão de Indra Nooyi da Pepsico, após doze anos no cargo. Nooyi, de 63 anos, 24 dos quais dedicados à companhia, permanecerá como presidente até o começo de 2019, quando concluirá uma gestão responsável por reorientar a empresa de acordo com a busca da indústria alimentícia por produtos saudáveis. No ano passado, sob a sua liderança, a Pepsico chegou a ter 50% de seus itens considerados bons para a saúde.
Apesar das críticas de investidores, os resultados alcançados por Nooyi são positivos. Ela deixa a companhia com receita anual de US$ 63,5 bilhões, muito mais que os US$ 35 bilhões de quando assumiu como CEO em 2006. O preço das ações da Pepsico quase dobrou no período.
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Getty Images Matthias Müller, Volkswagen
Matthias Müller assumiu a Volkswagen em 2015, escolhido para substituir Martin Winterkorn, defenestrado após a descoberta de que a empresa havia instalado um software em seus veículos para enganar os testes de emissões de gases — um escândalo que envergonhou a conhecida montadora alemã e custou mais de US$ 15 bilhões em multas e indenizações. Em meados deste ano, a companhia anunciou outra troca no comando: Müller daria lugar ao gerente de marca da VW, Herbert Diess.
Sob a administração de Müller, que anteriormente pilotou a Porsche, a VW investiu no desenvolvimento de veículos elétricos e tentou rever sua estrutura de gestão. Müller contribuiu para que a montadora continuasse com o título de maior do mundo, e ainda com maior margem de lucro.
O executivo, de 64 anos, recebeu no ano passado US$ 12 milhões e, em março, pouco antes da dispensa, ganhou um aumento de 40% do conselho da empresa. Apesar da sua demissão, o executivo continuará a ser pago até 2020, quando seu contrato expira.
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Getty Images Lloyd Blankfein, Goldman Sachs
Lloyd Blankfein anunciou sua demissão no começo deste ano, depois de 12 anos à frente do Goldman Sachs. Blankfein foi substituído pelo presidente e diretor de operações da instituição financeira, David Solomon. Blankfein, de 64 anos de idade, já ocupou diversos cargos na empresa, incluindo o de vice-presidente, presidente e diretor de operações. Neste ano, ele ficou em 47° na lista da FORBES das Pessoas Mais Poderosas do Mundo.
Em seus últimos dias na empresa, viu as ações caírem 33% em comparação com os valores do ano passado, sobretudo pelo surgimento de uma controvérsia sobre lavagem de dinheiro de US$ 2,7 bilhões com um antigo fundo malásio.
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Getty Images Ian Read, Pfizer
Depois de oito anos à frente de uma das maiores farmacêuticas do mundo, Ian Read anunciou que deixaria de ser CEO da Pfizer. Read, que tem 65 anos de idade, tem uma longa história na companhia: entrou em 1978 como auditor operacional e já foi diretor financeiro da Pfizer México, Country Manager da Pfizer Brasil, presidente do grupo “International Pharmaceuticals” (“Farmacêuticos Internacionais”, em tradução livre) e presidente do grupo “Worldwide Bio-pharmaceutical Business” (“Negócios Bio-farmacêuticos Internacionais”, em tradução livre).
Durante sua jornada como CEO, buscou aquisições estrangeiras para levar a Pfizer a evitar penalidades fiscais. Não teve sucesso, perdendo negócios com a AstraZeneca, de antibióticos, e a Allergan, fabricante do Botox, e sendo difamado por políticos norte-americanos pelo esforço em mantê-las com a Pfizer.
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Getty Images Les Moonves, CBS
CEO da rede de televisão CBS, Les Moonves virou notícia neste ano, após uma dúzia de mulheres o acusarem de comportamento inadequado e assédio sexual nos anos 1980. Aos 68 anos, Moonves negou tudo, mas em setembro o conselho da CBS forçou a sua saída do comando da empresa, fazendo dele a mais recente figura da mídia a ter a trajetória arruinada por alegações de má conduta sexual.
Em dezembro, a CBS anunciou que Moonves não receberia o pacote de indenização de US$ 120 milhões por quebra de contrato, devido a uma investigação interna que chegou à conclusão de que o executivo violou as políticas da empresa. Ainda assim, sua fortuna é avaliada em US$ 800 milhões — US$ 500 milhões em ações da CBS.
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Getty Images Sergio Marchionne, Fiat-Chrysler
No último inverno, a indústria automobilística perdeu um verdadeiro gigante: Sergio Marchionne, CEO da Fiat-Chrysler, faleceu aos 66 anos de idade por complicações decorrentes de uma cirurgia no ombro. Os pontos altos da carreira de Marchionne incluem o ressurgimento da Fiat, ao lado da Chrysler.
Ele assumiu como chefe executivo da Fiat em 2004, e trabalhou duro para adquirir a Chrysler em 2009, praticamente de graça, já que a empresa tinha acabado de emergir da falência. Atualmente, as companhias têm uma mesma gestão e valem dez vezes mais do que antes.
O colaborador da Forbes Ed Garsten, que trabalhou com a Chrysler antes e depois da aquisição da empresa pela Marchionne, lembra-se da chegada de Marchionne à companhia. “Em meia-hora, com sua voz grave e com sotaque, Marchionne entregou uma mensagem de esperança, de promessa, de vitória, de que estamos todos juntos.”
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Getty Images Martin Sorrell, WPP
A WPP, uma das maiores empresas de propaganda e marketing do mundo, perdeu seu CEO e fundador neste ano: Martin Sorrell, que dirigiu a empresa por 33 anos. A saída de Sorrell se deu após suspeitas de má conduta que levaram o conselho da WPP a contratar um escritório de advocacia externo para investigar o executivo. Os resultados da investigação não foram divulgados, mas Sorrell renunciou e foi substituído pelo diretor de operações da empresa, Mark Read.
Sorrell, de 73 anos, é um ícone do empreendedorismo na Reino Unido. Ele adquiriu a WPP em meados da década de 1980 para o seu império de marketing. Antes, havia sido diretor financeiro da empresa de publicidade Saatchi & Saatchi. Sua estratégia agressiva de aquisições garantiu rápido crescimento — e endividamento — para a WPP ao longo dos anos. Em 2017, o conglomerado gerou quase US$ 19,3 bilhões em receita, e o próprio Sorrell arrecadou US$ 68 milhões.
Mas a vida empresarial não acabou para o executivo. Pouco depois de sua renúncia da WPP, ele anunciou o seu mais recente empreendimento: uma firma de serviços de comunicação, a S4.
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Getty Images Brian Krzanich, Intel
Neste ano, a Intel comemorou seu 50º aniversário e se despediu de seu CEO, Brian Krzanich, que, após cinco anos no cargo, perdeu o emprego com a revelação de que mantinha um relacionamento consensual com uma funcionária. O caso violou a política da empresa. Ele foi substituído pelo diretor financeiro da companhia, Robert H. Swan.
Krzanich, de 58 anos idade, iniciou a carreira na Intel, em 1982, como engenheiro em uma fábrica de microchips no Novo México (EUA). Ele ocupou diversos cargos na gigante de tecnologia, incluindo diretor de operações. Krzanich já foi membro do American Manufacturing Council (“Conselho Industrial Norte-americano”, em tradução livre), de Donald Trump, um órgão que também contava com Elon Musk, da Tesla, Kevin Plank da Under Armour e Michael Dell. Ele deixou o conselho após a reação de Trump à manifestação “Unite the Right” de 2017, protesto conduzido por grupos de extrema-direita contra a remoção do monumento do confederado Robert E. Lee, que resultou em um manifestante morto e vários feridos.
Em novembro deste ano, Krzanich anunciou que havia encontrado um novo emprego e assumiu o cargo de diretor executivo da empresa de software CDK Global, com sede no estado de Illinois (EUA).
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Getty Images Bob Sauerberg, Condé Nast
A Condé Nast anunciou em novembro que seu CEO, Bob Sauerberg, deixaria o cargo assim que um substituto fosse encontrado. O anúncio se deu meses após Sauerberg estabelecer uma estratégia de recuperação para o conglomerado editorial resolver seus problemas financeiros em dois anos. A Condé Nast diz que dará continuidade aos planos.
O substituto de Sauerberg, ainda não anunciado, assumirá um papel de enorme responsabilidade, supervisionando tanto a Condé Nast quanto a Condé Nast International – empresas tradicionalmente lideradas por dois chefes executivos diferentes.
Sauerberg ingressou na empresa em 2005 e foi nomeado presidente cinco anos depois. Ele se tornou CEO em janeiro de 2016 e, durante seu mandato como chefe da empresa, lançou a Condé Nast Entertainment.
Kevin Systrom, Instagram
Em 2006, quando ainda estudava na Universidade de Stanford, Kevin Systrom recebeu uma oferta de Mark Zuckerberg para trabalhar no Facebook. Ele negou a proposta para priorizar os estudos. Systrom mais tarde entraria para o Facebook, mas por seus próprios termos. Em 2012, ele vendeu sua rede de compartilhamento de fotos, o Instagram, para Zuckerberg por US$ 1 bilhão, e ganhou US$ 400 milhões graças às suas ações.
Em setembro deste ano, ao lado do cofundador do Instagram, Mike Krieger, Systrom, então CEO da rede que criou, anunciou a decisão de se afastar da companhia, em meio a tensões com Zuckerberg, sobretudo pelo escândalo da Cambridge Analytica. Nos seis anos em que trabalhou para o Facebook, Systrom foi fundamental para gerar receita para empresa com anúncios publicitários, assim como para popularizar a rede entre os mais jovens.