Pipoca gourmet estoura no Brasil

20 de junho de 2015

Divulgação

A publicitária Adriana Lotaif tem uma espécie de relação afetiva com pipoca. “Amo de tal forma que meu pai e eu substituíamos refeições por ela enquanto minha avó jogava pipoca na sopa como se fosse crouton”, comenta a jovem de 33 anos que fez mestrado em marketing de luxo em Roma e atuou no marketing da Motorola, Daslu, Dior, 284 e Água de Cheiro — de onde saiu em janeiro de 2012. Um mês depois, teve o estalo de unir o que mais gostava com a onda de produtos gourmet que tomava conta de São Paulo, como as versões sofisticadas de brigadeiros, cupcakes, balas e sorvetes. Mas e pipoca? “Não tinha nada”, recorda Adriana. Com exceção da versão coberta por chocolate da Chocolat Du Jour, era realmente difícil encontrar algo do tipo à venda.

Após pouco mais de um ano e meio de pesquisas, viagens para os Estados Unidos, compra de maquinários e testes de sabores, crocância e embalagens, Adriana lançou, em setembro de 2013, a Pipó. Sua empresa vende pipocas gourmet que podem ser encontradas em sete sabores (trufa branca, curry & mostarda, lemon pepper, caramelo & flor de sal, caramelo, coco & noz pecan, canela cristalizada e chocolate meio amargo belga) a preços de R$ 27 a R$ 45. As latas da iguaria são vendidas em charmosos carrinhos da marca instalados no Shopping Pátio Higienópolis, Shopping Iguatemi e no Aeroporto de Guarulhos (embarque do terminal 3), todos em São Paulo. Além disso, a rede conta com mais 50 pontos de vendas espalhados pelo país, principalmente em supermercados e empórios de luxo.

O negócio já gera lucro. “Mas reinvisto tudo na própria empresa. Só que o espaço já está apertado. Em dezembro de 2013, vendíamos 4 mil latas por mês. Hoje, a média é de 8 mil latas/mês e vamos alcançar as 15 mil latas/mês em, no máximo, um ano”, prevê. Por conta das oportunidades de mercado, quatro novos sabores de Pipó devem ser lançados neste ano. “Eu não me limito. A ideia da Pipó é extrapolar o óbvio e proporcionar novos hábitos de consumo”, diz.

Entre as estratégias de crescimento, Adriana está trabalhando em projetos (ainda secretos) de co-branding com marcas conhecidas do mercado e estruturando um projeto para abrir franquias de seus carrinhos no segundo semestre. Em paralelo, ela avança nas vendas corporativas e também trabalha com eventos, a partir da oferta de baldes que rendem 50 porções. O minibar dos hotéis também entrou para o radar da marca, que já fez parcerias com cadeias como o Unique Garden, Fasano e Marina.

O nome Pipó do negócio foi sugerido pelo marido de Lotaif, Rodrigo Rosset, criador da Scarf Me. Um negócio de nicho que, se continuar dobrando de tamanho desse jeito, definitivamente será um estouro.