Dólar fecha em baixa com novo BC e sinais do Fed

16 de novembro de 2018
Reuters

Dados dos EUA estão mostrando para o Fed que estão com menos ímpeto de alta de juros

O dólar encerrou em queda de mais de 1% por cento ante o real hoje (16), com o mercado recebendo bem a definição sobre o comando do Banco Central no governo de Jair Bolsonaro, com Roberto Campos Neto à frente da autoridade monetária, e após integrantes do Federal Reserve darem sinais sobre trajetória futura de juros dos Estados Unidos em entrevistas. Sinais de que não deve haver nova alta na taxa. O dólar recuou 1,12%, a R$ 3,7399 na venda. Na semana, subiu 0,1%. Na mínima da sessão, a moeda chegou a 3,7307 reais e na máxima foi a R$ 3,7837. O dólar futuro caía cerca de 1,2%.

LEIA MAIS: Trump diz que China quer acordo comercial

Além do anúncio de Campos Neto, ajudou no bom humor do mercado de câmbio nesta sessão entre feriado e fim de semana o anúncio de que Mansueto Almeida permanecerá no cargo de Secretário do Tesouro Nacional. “Há bom humor em função da confirmação do Mansueto no Tesouro e a escolha do Roberto Campos Neto para presidência do BC”, afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva. “Campos Neto é tido como um economista na linha do avô dele, extremamente liberal, identificado com as tesourarias do mercado financeiro e certamente é um nome que dará sequência a toda a política do BC implementada pelo Ilan Goldfajn, até então preferido pelo mercado”, completou.

Hoje, o BC ainda informou que o diretor de Política Econômica, Carlos Viana, acertou que permanecerá no cargo por “tempo considerável”.

Nos Estados Unidos, o vice-chair do Federal Reserve, Richard Clarida, declarou que a taxa de juros norte-americana está perto das estimativas do banco central de uma taxa neutra e que o neutro “faz sentido”, influenciado na cotação do dólar ante uma cesta das principais moedas. “Dados dos EUA estão mostrando para o Fed que estão com menos ímpeto de alta de juros”, afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer. O Fed já elevou os juros três vezes neste ano e há ampla expectativa de uma nova alta em dezembro.

Declarações de Clarida e do presidente do Federal Reserve de Dallas, Robert Kaplan, levaram o dólar a cair a uma mínima de uma semana contra uma cesta de moedas.

Além disso, permaneceu a cautela em relação ao Brexit, depois que a premiê britânica, Theresa May, anunciou que se mantém firme à retirada do Reino Unido da União Europeia em março, mesmo após renúncia de importantes ministros. Parlamentares planejam submeter May a uma moção de censura na próxima semana caso consigam as cartas necessárias, o que ameaçaria seu governo e colocaria a aprovação do seu plano de Brexit em xeque.

A libra fechou em alta ante o dólar, que caiu 0,55% contra uma cesta das principais moedas. O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 6,8 bilhões do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.