O dólar terminou o dia (4) em alta ante o real, sob influência da maior aversão ao risco no mercado internacional, em meio a preocupações com a economia norte-americana e a guerra comercial Estados Unidos-China.
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A moeda norte-americana avançou 0,44%, a R$ 3,8592 na venda, depois de bater a mínima de R$ 3,8182. Na máxima, com a piora do mercado, bateu em R$ 3,8686. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50%.
“A queda abrupta nos juros de dez anos nos Estados Unidos está preocupando o mercado, o que dá para pensar que a questão de risco está motivando uma corrida para o dólar”, avaliou o economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito. Ele se refere à inversão na curva de juros no país, algo que não ocorria há uma década, o que levantou preocupações sobre uma possível recessão.
A inversão dos retornos dos papéis de dois e dez anos precedeu as últimas três recessões norte-americanas. Até agora, essa inversão não ocorreu, mas o retorno do papel de 10 anos registrava a menor diferença acima do de dois anos em mais de uma década.
Além das preocupações com uma recessão – ou desaceleração – da economia norte-americana, temores sobre a frágil trégua comercial entre Estados Unidos e China no final de semana e uma questão geopolítica envolvendo a Rússia também ajudaram a azedar o humor dos agentes.
O presidente Donald Trump disse que se um acordo comercial com a China for possível, ele será feito, mas que se ambos os lados não resolverem as disputas, ele recorrerá a tarifas.
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Já a Otan acusou formalmente a Rússia hoje de violar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), de 1987, que livrou a Europa de mísseis nucleares baseados em terra. E os EUA deram um ultimato de 60 dias aos russos.
Mais cedo, o dólar recuava ante o real em um movimento patrocinado pelo exterior, com a percepção de menos juros nos Estados Unidos, e ainda com nova atuação do Banco Central.
“O dólar perdendo terreno contra as principais divisas globais parece ser um movimento que indica remeter ao Fed e ao chairman Jerome Powell mais cautelosos em termos de aperto monetário pelos EUA”, escreveu a corretora H.Commcor para justificar o movimento de mais cedo.
No exterior, o dólar tinha leve baixa ante a cesta de moedas, depois de subir no momento de maior tensão, e avançava ante outras moedas emergentes como o peso mexicano.
O Banco Central fez hoje mais dois leilões de linha – venda com compromisso de recompra –, onde colocou integralmente a oferta de US$ 1 bilhão, com o objetivo de dar liquidez ao mercado. No final de novembro, a autoridade já havia injetado US$ 3 bilhões em novos leilões de linha, além de ter rolado todo o vencimento de US$ 1,250 bilhão que venciam nesta terça-feira.
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O BC vendeu nesta sessão 13,83 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 1,383 bilhão do total de US$ 10,373 bilhões que vence em janeiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la nas próximas três semanas, como previu o BC, terá feito a rolagem integral.
Um profissional comentou que a ausência da referência norte-americana amanhã (5), já que os mercados não funcionarão por causa do luto pela morte do ex-presidente George Bush, também pode ter ocasionado um movimento de proteção.