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“Muito estrangeiro tomou dólar futuro hoje. É basicamente o mercado buscando proteção, ainda mais antes do fim de semana”, disse Thiago Silêncio, operador sênior de câmbio da CM Capital Markets.
No fechamento, o dólar negociado no mercado interbancário subiu 0,83%, a R$ 3,8892 na venda. É o maior patamar desde 29 de março (R$ 3,9154).
Na B3, a referência do dólar futuro tinha alta de 0,80%, a R$ 3,8930.
O real já havia começado o pregão com desempenho inferior a seus pares, com a notícia de que a Petrobras desistira de reajustar o preço do diesel. A persistência de ruídos sobre a articulação do governo em prol da reforma previdenciária também pesou sobre o câmbio.
Mas foi à tarde que o dólar tomou fôlego para valer, após o presidente Jair Bolsonaro admitir ter telefonado para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, por causa do reajuste de 5,7% anunciado pela estatal no preço do diesel e afirmou que terá de ser convencido do percentual em uma reunião que convocou para a terça-feira (16) com representantes da estatal.
O real terminou o dia liderando as perdas globais frente ao dólar.
“O fato é que isso (a interferência na Petrobras) abriu a caixinha de riscos de ingerência política”, disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos, citando que o mercado agora se questiona sobre imposições em outras estatais. “Isso é ruim para o plano de privatizações, para a avaliação do estrangeiro sobre o país e, em último caso, para a perspectiva de fluxo”, afirmou.
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