Cofundador da WeWork, Adam Neumann perde status de bilionário

10 de outubro de 2019
ReproduçãoForbes

Neumann apareceu pela 1ª vez na lista de bilionários da Forbes em 2016, com um patrimônio líquido estimado em US$ 1,5 bilhão

Resumo:

  • No início desse ano, Adam Neumann, cofundador da WeWork, tinha um patrimônio líquido de  US$ 4,1 bilhões;
  • Agora, o executivo viu sua fortuna cair para US$ 600 milhões;
  • Neumann não tinha boas relações com investidores do mercado público, e a empresa teve problemas em sua abertura de capital.

No início deste ano, Adam Neumann apareceu na lista Forbes das pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio líquido de US$ 4,1 bilhões. Hoje, a Forbes divulgou que sua fortuna baixou para US$ 600 milhões. A WeWork se recusou a falar sobre o assunto. Neumann também não fez comentários.

A rápida queda do cofundador da WeWork é resultado da falha da empresa em concluir sua oferta pública inicial, suspendendo o plano 47 dias depois de entrar com o pedido de IPO na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. Neumann foi forçado a renunciar ao cargo de CEO em meio à reação, mas ainda possui uma participação de 18% na empresa que existe há nove anos.

Neumann apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2016, com um patrimônio líquido estimado em US$ 1,5 bilhão. Ele tinha 36 anos, e investidores privados haviam avaliado a WeWork em mais de US$ 10 bilhões. Nos três anos seguintes, a gigante japonesa de telecomunicações SoftBank investiu bilhões na empresa nova-iorquina em várias rodadas de financiamento, avaliando-a em US$ 47 bilhões em janeiro.

“Eu disse a Adam para não se orgulhar de a WeWork estar crescendo organicamente sem uma grande força de vendas ou gastos na área do marketing”, disse Masayoshi Son, chefe da Softbank, à Forbes após o primeiro investimento da companhia em 2017. “Faça disso algo 10 vezes maior que o seu plano original. Se você pensa dessa maneira, a valorização vem fácil.” Ele acrescentou: “Pode valer algumas centenas de bilhões de dólares”.

A renúncia de Neumann ocorreu após ficar claro que os investidores não estavam tão apaixonados por ele quanto Son. Além de não acreditarem que a The We Company, como é chamada agora, vale tanto quanto Son achava.

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Há boas razões para se sentirem assim. Os pedidos de abertura de capital indicam que a marca tem dinheiro suficiente para continuar operando até meados do próximo ano. Sem uma grande infusão de capital -como um IPO teria proporcionado- ou substancialmente cortando custos, os dois novos coCEOs poderiam ser forçados a pedir falência, afirmam alguns analistas.

“Eles precisam chegar aonde possam gerar renda real”, diz Laura Kozelouzek, fundadora e CEO da Quest Workspaces, que opera uma dúzia de locais de compartilhamento de trabalho em Nova York e na Flórida. “Reduzir ajuda. Mas se o mercado desacelerar de alguma forma, e eu acho que vai, eles não conseguirão sair do buraco em que estão.”

Atualmente, a Forbes estima que a We Co. vale no máximo US$ 2,8 bilhões. Essa avaliação é baseada em um múltiplo da receita da empresa na comparação com sua concorrente de capital aberto; dadas as vendas repentinas de ativos e a possível contração do fluxo de caixa, a Forbes aplicou um desconto no preço de vendas da IWG ao calcular o valor estimado da We Co. Ela teve um prejuízo líquido de US$ 1,4 bilhão no primeiro semestre deste ano.

“Ninguém vai voltar a acreditar que ter um aplicativo para agendar uma conferência faz de você uma empresa de tecnologia”, diz Scott Galloway, professor de marketing da NYU Stern School of Business e crítico da WeWork. Ele acrescenta que os novos coCEOs precisam de um plano rígido, mas viável, executado perfeitamente. Até então, “realmente pode ficar muito feio para muitas pessoas. E não vai demorar”.

Nossa estimativa do patrimônio de Neumann é baseada em sua participação na We Co., além de US$ 500 milhões em vendas de ações, menos US$ 380 milhões que ele deve em uma linha de crédito, que foi detalhada na declaração de oferta pública da empresa. O documento também mostra que Neumann vendeu ações pela última vez na empresa em outubro de 2017 e que 15% do valor de suas vendas anteriores foram doadas para instituições de caridade.

Estimamos que a participação do cofundador Miguel McKelvey agora valha US$ 400 milhões, abaixo do pico de US$ 2,9 bilhões em março deste ano. No entanto, não está claro se, como Neumann, McKelvey vendeu ações em rodadas anteriores de financiamento. Se tivesse feito isso, poderia valer mais.

 

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