A Comcast, uma das maiores empresas de mídia e comunicação dos Estados Unidos, está entrando na jornada regulatória contra grandes empresas de tecnologia como o Google, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
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Atrás das portas fechadas de uma força-tarefa do Congresso no mês passado, a FreeWheel, divisão de anúncios em vídeo da Comcast, acusou o Google, da Alphabet, de usar preocupações com a privacidade como pretexto para limitar a capacidade da empresa de vender anúncios em nome dos canais do YouTube de seus clientes, disseram quatro pessoas na discussão.
A Comcast pode estar traçando uma fronteira e quer evitar que o Google faça com o negócio de anúncios em vídeo o que fez com o mercado de publicidade online.
É a primeira vez que uma das empresas mais poderosas dos Estados Unidos, com estrutura própria de lobby em Washington, toma partido na batalha antitruste que paira sobre o maior vendedor mundial de anúncios online. Os rivais do Google estão alertando parlamentares de que regulamentos de privacidade emergentes podem ajudar a gigante de tecnologia a ampliar seu domínio.
“A FreeWheel adotaria uma solução que a permitiria continuar a servir significativamente seus clientes quando eles publicarem conteúdo no YouTube, como é feito há mais de uma década nessa plataforma”, afirmou a Comcast em comunicado. “Infelizmente, as ações para remover ou degradar os recursos da FreeWheel no YouTube ficam aquém disso.”
As preocupações da Comcast não provocaram um ataque total ao Google, embora a empresa tenha contatado outros representantes de tecnologia para discutir a ameaça representada pelo Google, disseram duas outras fontes.
As questões levantadas pela Comcast e sua subsidiária têm ecoado amplamente nos setores de TV a cabo e publicidade online. A maioria das empresas que afirmam que o Google as pressionou injustamente foi reticente em se manifestar porque confia nos serviços e teme retaliação.
Mas a Comcast, dona da NBC, da Universal Pictures e do provedor de internet Xfinity, gasta muito em campanhas de lobby e de eleições, e é veterana em organização política.
O Comitê Judiciário da Câmara, o Departamento de Justiça dos EUA e uma coalizão de 50 procuradores gerais estaduais pediram ao Google informações sobre seus negócios de anúncios nas últimas semanas, quando começaram a investigar possíveis violações da lei antitruste.
O Google se recusou a comentar o movimento da Comcast, mas disse que está cooperando com as investigações e que enfrenta forte concorrência na publicidade, inclusive da Comcast.
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