Mas também existem outras duas possibilidades. A primeira delas é que Bezos é dono do “Washington Post”, jornal que atacou agressivamente o presidente. A segunda é o modelo de negócios adotado por Bezos, que afasta os compradores das lojas físicas, reduzindo a fortuna de corretores de imóveis que possuem pontos de vendas tradicionais – como o próprio Donald Trump.
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Em 2017, primeiro ano de Trump no cargo, o Amazon Prime, serviço de assinatura paga que garante a entrega de produtos comprados em até dois dias, atingiu 100 milhões de membros em todo o mundo. As vendas de varejo e serviços da companhia aumentaram 33% na América do Norte e 23% nos mercados internacionais, gerando US$ 160,4 bilhões. A receita da AWS aumentou 43% em 2017, o que rendeu US$ 17,5 bilhões para a empresa. Antes do divórcio, Bezos ainda possuía 16% das ações da Amazon, o que na época da publicação da FORBES 400, em outubro daquele ano, era equivalente a US$ 81,6 bilhões.
No ano seguinte, em 2018, as vendas de varejo e serviços da Amazon alcançaram US$ 207,2 bilhões, um aumento de 29% em relação ao ano anterior, enquanto a AWS arrecadou US$ 25,7 bilhões, incremento de 47%. Como resultado, as ações da companhia subiram. Quando a edição 2018 da FORBES 400 saiu, em outubro, Bezos havia quase dobrado seu patrimônio líquido, o que garantiu sua estreia no posto de pessoa mais rica do país (e do mundo), com um patrimônio líquido de US$ 160 bilhões.
Já 2019 começou difícil para o bilionário. Em janeiro, ele anunciou que ele e sua então esposa MacKenzie estavam se divorciando após 25 anos de casamento. Logo depois, o “National Enquirer”, de propriedade da American Media, publicou fotos pessoais e mensagens de texto de Bezos detalhando um relacionamento com Lauren Sanchez, uma jornalista ex-âncora de TV. Bezos então fez uma publicação extremamente pessoal na plataforma Medium, acusando a American Media de chantagem e extorsão. Em seu texto, ele também deixou clara a estreita amizade entre o CEO da American Media, David Pecker, e Donald Trump, e disse acreditar que a invasão das mensagens foi “motivada politicamente ou influenciada por forças políticas”.
Como parte do acordo de divórcio, que foi finalizado no primeiro semestre de 2019, Bezos deu um quarto de suas ações da Amazon para MacKenzie, o que reduziu para 12% sua participação na companhia. Em julho, Trump disse à imprensa que estava pensando em intervir no processo de licitação de um enorme contrato de US$ 10 bilhões de computação em nuvem do Pentágono, para o qual a Amazon era vista como a principal concorrente. Alguns meses depois, o Pentágono concedeu o contrato à Microsoft.
Bezos, no entanto, continua muito bem. As ações da Amazon aumentaram 20% no ano passado. Embora o balanço referente a 2019 ainda não tenha sido publicado, os registros trimestrais mostram que, nos primeiros nove meses do ano passado, a Amazon bateu US$ 168 bilhões em vendas de varejo e serviços em todo o mundo, um aumento de 18% em relação a 2018. O segmento da AWS levantou US$ 25 bilhões, um aumento anual de 27%.
Entretanto, o divórcio e a perda do contrato do Pentágono podem ter custado caro. Na última sexta-feira (17), Bernard Arnault, o francês amigo de Trump e a única pessoa que adicionou mais à sua fortuna desde a posse do presidente norte-americano, substituiu o fundador da Amazon como o novo homem mais rico do mundo.
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