Nenhum outro país chega próximo ao atual domínio de fabricação da China ou possui a infraestrutura similar para apoiar um negócio. Mas, com o desenvolvimento de novas capacidades e a evolução das iniciativas ambientais, o campo competitivo está em transição. Ele tem forçado os varejistas a enfrentar uma situação mais complexa e revisar cuidadosamente todos esses fatores antes de dar qualquer passo. E o coronavírus tem complicado ainda mais essa conversa no campo da cadeia de suprimentos.
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O relatório da CGS aponta que, embora a China tenha mão de obra barata há 20 anos, ela não é mais reconhecida como tal para produzir mercadorias. No entanto, tornou-se um país muito eficiente pelo investimento na indústria de vestuário. É preciso observar também que o tempo de envio de Xangai para Los Angeles é de 23 a 31 dias; mais curto do que em qualquer outro país, exceto o México.
Veja a seguir países que estão se beneficiando dessa transição.
Bangladesh
O país é o segundo maior exportador de roupas, depois da China. Seu setor de vestuário de US$ 30 bilhões produz peças para alguns dos maiores varejistas do mundo. Essa atividade de fabricação é responsável por 80% dos ganhos de exportação do país. No período encerrado em outubro de 2019, os envios de roupas para os Estados Unidos aumentaram quase 10%, para US$ 5,1 bilhões. As importações de calçados aumentaram 32,6% no mesmo período. Bangladesh tem tornado sua logística mais eficiente. O país aumentou os salários em 2019 e destinou a maioria dos trabalhadores do setor a um digital de remuneração. O tempo de entrega de Bangladesh para Los Angeles é de 28 a 34 dias.
Vietnã
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Índia
No período encerrado em outubro de 2019, as importações para os Estados Unidos aumentaram 6,9%, para US$ 3,6 bilhões. As importações de calçados aumentaram 5,4% no mesmo momento. Além das capacidades de produção de corte e costura, a Índia está no processo de construção de seus recursos verticais. Setenta e quatro parques têxteis foram aprovados; 18 estão em operação e 32 em desenvolvimento. Para garantir o cumprimento dos direitos humanos, o governo está inspecionando milhares de fábricas. No primeiro semestre de 2019, os Estados Unidos designaram a Índia como país em desenvolvimento beneficiário do programa Generalized System of Preference (sistema tarifário preferencial que oferece redução de impostos para produtos). Mais ações podem ser tomadas à medida que o governo assimila o que pode ser considerado um desequilíbrio comercial. O tempo de entrega da Índia para Los Angeles é de 31 a 37 dias.
México
À medida que a atividade aumentou nesses outros países, as importações de vestuário do México caíram 5,6% nos primeiros 10 meses de 2019, com exceção dos produtos jeans, que aumentaram 2,9% para US$ 690,4 milhões. No entanto, recentemente foi assinado um novo acordo entre Estados Unidos, México e Canadá que provavelmente levará à importação de mais produtos mexicanos. A incerteza da implementação do contrato forçou as empresas a equilibrar fatores de risco e oportunidade. O país também enfrenta algumas questões de direitos trabalhistas que podem ser encarados como obstáculos. Além disso, o governo também aumentou o salário mínimo em 20% em janeiro de 2020. As exportações de calçados caíram 13,2% nos primeiros 10 meses de 2019. O tempo de entrega da Cidade do México para Los Angeles é de cerca de 6 a 7 dias.
Conclusão
Os principais varejistas dos EUA não podem esperar. Os pedidos devem ser feitos agora para o Natal de 2020 e as entregas precisam ser seguras. Como algumas empresas já fizeram, transferir a demanda para um país próximo faz sentido. Apesar dos números cobrirem até outubro de 2019, eles são um indicativo de mudança. O coronavírus acrescenta incerteza ao planejamento de curto prazo e acrescenta urgência para acelerar a mudança na produção momentânea.
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