Em meio a crise do coronavírus, Elon Musk procura locação para megafábrica

13 de março de 2020
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Elon Musk está mirando em um projeto de megafábrica para produzir o Cybertruck (na foto acima) e o Model Y em meio à crise do coronavírus

A turbulência no mercado de ações, impulsionada por preocupações crescentes com o impacto econômico causado pela pandemia do coronavírus, tem induzido muitos CEOs a adiar novos projetos que envolvem investimentos de bilhões de dólares, mas esse não é o caso de Elon Musk. Na verdade, ele parece estar mirando em duas grandes propostas de novas fábricas que podem expandir significativamente as operações da empresa nos Estados Unidos.

Musk foi ao Twitter, seu meio de comunicação preferido, nesta semana, para dizer a seus 32 milhões de seguidores que ele está “buscando locais para uma mega fábrica de Cybertruck” e que ela será “o centro dos Estados Unidos”. Além disso, quer “a produção do Model Y para a costa leste também”.

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Em um tuíte complementar publicado mais tarde, ele esclareceu que previa uma única fábrica para produzir os dois veículos, e não duas separadas, conforme sugerido por seus comentários iniciais. Ele não forneceu detalhes em termos de prazo ou valor do investimento, e a Tesla não respondeu a uma solicitação de detalhes adicionais. “Os incentivos desempenham têm um papel importante, assim como os custos de logística, acesso a uma grande força de trabalho com uma ampla gama de talentos e qualidade de vida”, disse ele ao “The Wall Street Journal” por e-mail.

Atualmente, a Tesla está desenvolvendo a produção de sedãs Model 3 em sua nova megafábrica em Xangai, que tem apenas cerca da metade do tamanho que a empresa imagina. No início deste ano, a companhia também iniciou a preparação do local para sua primeira fábrica de montagem na Europa, perto de Berlim, que começará a produzir veículos em cerca de dois anos. A Tesla continua a construção de sua megafábrica original, que teve início há mais de cinco anos em Sparks, Nevada, e constitui sua principal fonte de baterias. Além disso, opera outra fábrica em Buffalo, Nova York, a qual produz seus painéis solares. A capacidade da instalação de Buffalo não foi totalmente utilizada e não se sabe se uma parte do espaço pode ser modificada ou ampliada para acomodar a produção automotiva.

Construir uma fábrica dedicada ao Cybertruck, um veículo pesado que se unirá à linha da Tesla em alguns anos, ao lado de uma nova versão do esportivo Roadster e do Tesla Semi, provavelmente custaria pelo menos US$ 1 bilhão, assim como uma fábrica dedicada ao Model Y. A produção deste veículo começou em janeiro na fábrica de montagem da companhia em Fremont, Califórnia, onde a empresa também produz sedãs Model 3, Model S e crossovers do Model X. Atualmente, a Tesla tem capacidade nos Estados Unidos de fabricar entre 400 mil e 500 mil carros por ano em Fremont.

A Tesla alega ter centenas de milhares de clientes em potencial para o Cybertruck, que precisam apenas de US$ 100 a fim de reservar um –um décimo do preço de reserva de um Model 3 após sua estreia. Embora seu design geométrico rígido não pareça nada com uma picape convencional, Musk está confiante de que há um mercado para seu “veículo ‘badass’, blindado e futurista”.

“A demanda é muito maior do que poderíamos razoavelmente fabricar, no espaço de, não sei… três ou quatro anos, algo assim”, disse ele a analistas durante a divulgação dos resultados do quarto trimestre da Tesla. Nesse caso, pode ser por isso que ele vê a necessidade de uma planta bem estruturada.

Não está claro qual é o cronograma de Musk para as fábricas adicionais ou sua motivação para anunciar o que pode ser um plano muito inicial via Twitter. Ao longo dos anos, ele fez muitos anúncios surpresa que às vezes pareciam servir para ajudar as ações da Tesla em um momento difícil. Desde o fechamento recorde de US$ 917,42 por ação em 19 de fevereiro, os papéis da companhia caíram 31% até 10 de março, atingidos como a maioria dos títulos dos Estados Unidos por preocupações com coronavírus.

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