A proposta que dá um aporte de R$ 60 bilhões para Estados e municípios fazerem frente à crise provocada pela pandemia de Covid-19 foi aprovada no início de maio pelo Legislativo com permissão para reajustes de algumas categorias, com apoio do presidente. No entanto, com a resistência da equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro voltou atrás.
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“Então aqui, nesse projeto, o que a gente pede apoio aos senhores é a questão da manutenção de um veto muito importante, que foi largamente discutido, que atinge parte dos servidores públicos”, disse o presidente, que ao contrário de Maia e Alcolumbre, não usava máscara de proteção.
O projeto prevê a proibição de reajustes aos servidores até 31 de dezembro de 2021. Bolsonaro alegou que várias medidas foram analisadas, incluindo um desconto de 25% nos salários dos funcionários públicos, mas a proibição dos reajustes seria um remédio “menos amargo”.
“Em comum acordo com os Poderes, nós chegamos à conclusão de que, congelando a remuneração, os proventos também dos servidores até o final do ano que vem, esse peso seria menor, mas de extrema importância para todos nós. É bom para o servidor, porque o remédio é menos amargo, mas é de extrema importância para todos os 210 milhões de habitantes”, afirmou.
“A maioria dos governadores entende importante o veto do artigo dos aumentos salariais. É impossível darmos aumentos salariais nesse momento, esse veto é fundamental”, disse Azambuja.
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Os governadores pediram ainda que a primeira parcela do pagamento seja feita até o dia 31 de maio, o que nem o presidente nem o ministro da Economia, Paulo Guedes – que estava presente – garantiram que aconteceria.
“Isso será sancionado o mais rápido possível acertando pequenos ajustes técnicos que estão aí na iminência de serem solucionados”, disse o presidente.
Bandeira Branca
Ao contrário da reunião anterior, que terminou em bate-boca entre Bolsonaro e João Doria (PSDB), governador de São Paulo, o encontro desta quinta, também em videoconferência, teve tom mais amistoso e respeitoso, em que os governadores e os presidentes da Câmara e do Senado fizeram questão de ressaltar a necessidade de uma atuação conjunta de todos.
As medidas de isolamento social para conter a propagação do coronavírus adotadas por gestores locais, criticadas por Bolsonaro e motivo de atrito frequente entre ele e os governadores, não foram discutidas na reunião desta quinta.
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Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo, ressaltou ainda a necessidade de todos trabalharem em conjunto durante a epidemia e chegou a propor a criação de uma coordenação com representantes dos três Poderes, de governadores e prefeitos, para enfrentar a pandemia.
“O que nós de fato não precisamos é de uma crise política. Já estamos vivendo três crises, não precisamos da crise política. Então por isso saúdo o presidente da República por ter tomado a iniciativa de nos convidar para participarmos desse ato”, disse.
Apesar do tom ameno, pouco antes de chegar para a reunião, Bolsonaro havia criticado novamente os governadores. Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, afirmou que era preciso olhar para onde o país estava indo “com essas pessoas”, e completou:
“Imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República, o que teria acontecido com o Brasil já.” (Com Reuters)
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