“Eu fui conhecer um empreendimento na região, de um concorrente, e fiquei muito impactado pela paisagem”, conta Alex Veiga, CEO do grupo, que inclui também a Novolar, especializada na construção de imóveis de médio e baixo padrão, incluindo unidades habilitadas para o programa Casa Verde e Amarela, do Governo Federal, no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
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Nada disso, no entanto, assusta Veiga. “A natureza lá é muito exuberante. Os terrenos terminam no Campo Olímpico de Golfe, considerado o melhor do Brasil”, diz o executivo, referindo-se ao “World Golf Awards” concedido em 2020 ao local. “Na sequência, está a Lagoa de Marapendi, seguida pelo mar. Fiquei apaixonado quando conheci o local.”
Mais do que encantado, Veiga detectou ali uma oportunidade: unir sua vontade de construir edifícios emblemáticos, como os que observava em Miami, com fachadas envidraçadas, janelas mais amplas e muito espaço, ao acabamento cuidadoso e originalidade dos projetos que ajudou a companhia a fazer fama em Belo Horizonte. Tudo num lugar paradisíaco.
“Havia também um imbróglio entre uma das famílias proprietárias de terra e uma das construtoras”, conta o executivo, que terminou por adquirir, em 2018, terrenos no local. Somado a tudo isso, havia ainda o fato de que Veiga não via muita chance de concorrer em mercados mais saturados, como São Paulo. “Na capital paulista o bolo é imenso, mas também há muita gente para comê-lo”, diz. “No Rio, a concorrência é menor. Além disso, vejo um interesse genuíno da prefeitura atual em recuperar a cidade.”
SQUAD DE PESO
Para tocar o projeto, Veiga convocou só pesos pesados: Alexandre Feu, responsável pela arquitetura do Collins 5775, da Multiplan – do bilionário José Isaac Peres –, em Miami; Benedito Abbud, renomado paisagista paulista; Débora Aguiar, arquiteta encarregada das áreas comuns; e Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel e uma das principais autoridades imobiliárias do Rio de Janeiro.
Mas ainda não era o bastante. “Eu queria que as seis torres previstas no projeto tivessem vistas definitivas para o mar, ou seja, não queria correr o risco de que, com o tempo, a paisagem fosse encoberta por outras construções”, conta o presidente da Patrimar. A solução encontrada pela companhia foi comprar os terrenos em volta, num total de 27.537,63 metros quadrados, e projetar três torres de cada lado, sendo que as segundas e terceiras serão levemente rotacionadas, para liberar a vista.
Com o apoio de três imobiliárias locais e mais uma equipe comercial própria, a expectativa de Veiga é praticar valores próximos a R$ 15 mil o metro quadrado, o que deve resultar num VGV (valor geral de vendas) de R$ 800 milhões. Só o lounge de vendas, que abriga duas unidades decoradas, custou R$ 10 milhões. “O custo-benefício é muito atraente se levarmos em conta a estrutura de lazer e segurança oferecida”, diz o executivo, apostando no espírito do carioca de curtir a vida como parte do sucesso do empreendimento.
PLANOS DE CRESCIMENTO
Em 2017, a Patrimar ensaiou uma abertura de capital, mas acabou recuando por não acreditar que aquele fosse o melhor momento. “Começamos a ser procurados pelos bancos e notados pelos investidores, então adotamos todas as medidas necessárias para operar na bolsa: compliance, governança, atualização de sistemas, definição do conselho. A qualquer momento podemos concretizar isso, porque estamos prontos, mas só se acharmos que será vantajoso. Não temos pressa”, diz Veiga.
A receita líquida da construtora cresceu 133% no segundo trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 190 milhões. No que diz respeito ao primeiro trimestre do ano, o aumento foi de 136,2%, para R$ 367 milhões. O patrimônio líquido (ROE anualizado) passou de 9,9% no segundo trimestre de 2020 para 22,1% no mesmo intervalo de 2021.
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