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A história começou com uma edição limitada de sete mil pares de tênis, cada um contendo o equivalente a 11 garrafas plásticas recicladas. Esgotados instantaneamente, os calçados representaram uma gota de tecnologia e design feita com o auxílio de sneakerheads e fãs de design em todo o mundo. A parte superior do tênis foi feita com o material coletado na costa das Maldivas pela Parley Ocean Plastic, bem como com redes de pesca ilegais recuperadas por uma organização parceira, a Sea Shepherd.
A melhor parte é que, neste ano, a Adidas anunciou que pretende vender cinco milhões de pares de tênis feitos com material retirado do oceano, a um preço médio de varejo de cerca de US$ 220. Isso significa que a marca deve faturar mais de US$ 1 bilhão na tentativa de resolver um dos maiores problemas ambientais do mundo.
A Adidas também anunciou que pretende usar plástico oceânico reaproveitado em todos os seus produtos até 2024 (a marca produz 450 milhões de pares de sapatos anualmente).
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FORBES: Como o programa começou e por que a Adidas decidiu seguir esse caminho?
Eric Liedtke: A Adidas se uniu à Parley para ajudar a disseminar a conscientização e reverter a poluição de plástico do oceano em roupas esportivas high-performance. Transformar um problema em uma solução. Já demos os primeiros passos para reduzir e, finalmente, eliminar o plástico virgem e descartável de nossos produtos. Ao fazer isso, mostramos que é possível e que as pessoas se importam, apesar de, no momento, ser preciso acelerar e dimensionar a produção. Como uma marca criadora, acreditamos que a necessidade impulsiona a inovação, e que a solução dos problemas mais difíceis só nos torna melhores e mais eficientes, ao mesmo tempo em que prejudicam menos o mundo.
F: Como o senhor vê a expansão e evolução da Parley?
F: Como esta iniciativa se aproxima de suas próprias paixões?
EL: A conservação dos oceanos é uma causa que está perto do meu coração e do de muitos funcionários da Adidas. Em parceria com a Parley for the Oceans, contribuímos para amenizar um grande problema ambiental. Nós cocriamos tecidos feitos de resíduos de plástico, que são integrados aos nossos produtos. É preciso abrir os olhos para ver que é possível mudar para melhor e que a curiosidade ajuda a buscar a solução. Como alguém que cresceu na água, envolvido com a prática do mergulho e do surfe, tomei consciência da questão do lixo marinho e do terrível estado dos nossos oceanos. Orgulho-me de enquanto marca tentarmos mudar algo sobre isso. Não apenas tentar sujar menos, mas trabalhar para melhorar as coisas. Estou convencido de que a mudança mais impactante acontece de dentro para fora. Tenho a sorte de fazer parte dessa transformação dentro da Adidas e poder usar minha voz e posição na empresa para inspirar nossa equipe, além de proteger o mundo. Iniciamos nossa parceria com a Parley for the Oceans com um tênis feito de plástico marinho em 2014 e soubemos imediatamente que era uma ideia de US$ 1 milhão. Neste ano, vamos fazer 5 milhões de pares com o Parley Ocean Plastic. Mas isso não é suficiente. Há sempre o próximo passo.
Peter Diamandis, fundador do X-Prize e da Singularity University, resume: “Os maiores problemas do mundo são as maiores oportunidades de negócios”. A Adidas foi pioneira não apenas em novas tecnologias, mas também em uma nova abordagem para resolver questões ambientais. O motor do capitalismo pode ajudar a criar mudanças escaláveis e sustentáveis, e de uma maneira que não apenas o diretor de sustentabilidade, mas também os diretores financeiros do mundo dos negócios possam adotar e entender.