- Cada vez mais empresas estão apostando em criptomoedas e blockchain;
- O Facebook, por exemplo, está tentando lançar sua própria criptomoeda, a libra;
- No entanto, essa nova economia é volátil e pode deixar muitos investidores confusos com seus termos e tecnologias;
- A Forbes Brasil entrevistou o CEO da maior exchange de criptomoedas do mundo e um professor de blockchain da Universidade do Texas para esclarecer as dúvidas.
A baixa recente do bitcoin pode ter vários possíveis fatores e significados para a criptomoeda, mas uma coisa é certa: o mundo cripto está cada vez mais presente na economia mundial. Outras moedas além do bitcoin estão ganhando espaço, como o ethereum e a libra, do Facebook, que ainda não foi lançada mas que já causou muita repercussão.
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Por onde começar?
Para investidores intrigados com a economia cripto que procuram investir em criptomoedas pela primeira vez, a dica de CZ é entender os conceitos antes mesmo do menor investimento. “Invista só no que você entende. Não apenas siga os outros. Se você tem dúvidas, só invista em bitcoin.”
Mas para o CEO, entender o conceito de blockchain é essencial. O blockchain é a rede que sustenta todas as transações feitas em criptomoedas, e sim, ele elimina a necessidade de bancos.
De forma mais didática, Fracassi usou como exemplo a simples compra de café. “Passo meu cartão de crédito, que manda a informação de que eu quero comprar café para o banco. O banco depois, decide se tenho dinheiro para isso ou não. Se eu tenho, a transação é aprovada e o banco passa o dinheiro da minha conta para a conta da cafeteria. Existe uma única entidade envolvida por aprovar e realizar a transação, e ela não é nem de onde o dinheiro está saindo nem para onde ele vai.”
No blockchain, não existe essa entidade central. O blockchain usa moedas digitais, como o bitcoin, então como saber se uma das parte envolvidas na transação realmente tem esse valor, já que não existe nenhuma prova física ou uma entidade central para comprovar a dúvida?
O blockchain funciona como um grande banco de dados, que registra todas as transações feitas por uma pessoa. Assim, o “consenso”, que é necessário para que uma transação aconteça, só é alcançado se os registros mostrarem que de fato, essa pessoa dispõe do valor designado.
Por que investir em cripto?
Existem duas respostas simples para essa pergunta: segurança e economia.
De acordo com Fracassi, o método é seguro, pois para hackear uma conta no banco, um criminoso precisa apenas hackear o banco, e assim terá acesso a milhares de contas. Para entrar em uma conta do blockchain, um hacker precisa hackear toda a rede como um todo, todos os registros que ela mantém, não existe um “point of failure” único como no banco. O “point of failure” é a falha de segurança que um hacker precisa para entrar no sistema.
Cripto também é econômico. As taxas bancárias são eliminadas, já que não há necessidade da terceira pessoa para aprovar a transação. O blockchain permite que taxas de cartão de crédito, por exemplo, não existam mais.
Como ter sucesso em um mercado tão volátil?
Na mídia, algo que chama muita atenção é a volatilidade das criptomoedas: bitcoin e suas “bolhas”, altas e baixas, o vai-e-vem da regulamentação da libra do Facebook. Para sobreviver e lucrar, é preciso entender o mercado.
“Para investidores novatos: compre e segure. Essa estratégia costuma funcionar bem mais do que negociar suas criptomoedas com frequência. Um estratégia simples é: compre bitcoin e o segure por cinco anos”, sugere o executivo.
Quais são os outros possíveis usos do blockchain?
O blockchain foi criado em 2008 e inicialmente era usado apenas para criptomoedas. Após o sucesso do bitcoin, as pessoas começaram a perceber que a rede poderia ir além das transações financeiras. Assim nasceu o “enterprise blockchain.”
Um cliente compra legumes no mercado e não sabe exatamente de onde eles vêm. O blockchain registra tudo, desde a fazenda à prateleira do supermercado, permitindo que os diferentes setores desta indústria se ajudem e mantendo transações mais justas.
“Eu sou um grande fã do enterprise blockchain. Ele permite que diversas partes de uma indústria colaborem e se comuniquem”, pontua o acadêmico.
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O Brasil ainda está entrando lentamente na economia cripto, mas de acordo com CZ, nosso país têm grande potencial na América Latina para a inovação e regulamentações do blockchain.
Ele ainda explicou que países maiores têm mais dificuldades em regular a tecnologia, dado o grande número de agências regulatórias. Mas ele acredita que os países que adotarem o blockchain hoje representam o futuro da indústria fintech (financeira e tecnológica) de amanhã.
“Na minha opinião, o Brasil têm potencial em entendimento do cripto e do blockchain como um novo instrumento financeiro. Existe uma legião de pessoas no país que querem ter mais liberdade com seu dinheiro, transações e investimentos, e que estão trabalhando lado a lado com a tecnologia para construir relações mais fáceis, rápidas e acessíveis com seus bens”, finaliza o CEO.
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