TikTok, o popular aplicativo de vídeos, contratou um dos principais executivos da Walt Disney para o cargo de CEO.
Kevin Mayer, que dirigia o negócio de streaming de vídeo da Disney, também atuará como diretor operacional da ByteDance, empresa chinesa controladora da TikTok. Mayer era o favorito para gerir a Disney, mas foi preterido por Bob Iger em favor de Bob Chapek no início deste ano.
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“Kevin teve um impacto extraordinário em nossa empresa ao longo dos anos”, disse Chapek em comunicado. “Tendo trabalhado ao lado de Kevin por muitos anos na equipe de gerenciamento sênior, sou imensamente grato a ele por seu apoio e amizade.”
A Disney foi severamente impactada pela pandemia, tendo de fechar seus lucrativos parques e empresas de cruzeiros. Iger retomou o controle sobre a companhia –ele continua como presidente-executivo– enquanto a Disney se apressava para montar uma oferta de dívida de US$ 6 bilhões em março. A empresa afastou trabalhadores e cortou os salários –Chapek concordou em reduzir pela metade sua remuneração e Iger concordou em renunciar inteiramente ao seu.
Mayer não poderia partir para um ambiente mais diferente. O TikTok já era um grande sucesso antes do isolamento –e sua popularidade disparou desde então. Foi baixado mais de 315 milhões de vezes no primeiro trimestre, segundo dados do SensorTower, que rastreia downloads de aplicativos. Esse número representa o maior no quesito downloads em um único trimestre contabilizado pelo SensorTower.
Mayer era o cara dos negócios na Disney. O executivo foi uma peça chave na aquisição de Pixar, Marvel, Lucasfilm e Fox. E não havia nada mais importante para a empresa, no momento, do que a expansão de seus produtos de streaming, que provou ser um sucesso. O Disney+ foi lançado no ano passado e baixado 14,1 milhões de vezes em 2019, mais do que Netflix (11,9 milhões) ou Hulu (8,1 milhões). A Disney disse que destinaria US$ 1 bilhão apenas no primeiro ano em conteúdo original para a plataforma, criando um catálogo que já inclui a série “Star Wars”, “The Mandalorian” e em breve uma versão gravada do musical “Hamilton”.
Mayer deve enfrentar alguns desafios à frente do TikTok. O aplicativo se tornou um alvo constante de críticas por sua propriedade chinesa, que o tornaria um risco à segurança. Uma turma de 20 grupos de advocacia registrou na semana passada uma queixa na Federal Trade Comission de que a empresa não havia cumprido um acordo com os reguladores no ano passado para proteger melhor as crianças durante o uso do aplicativo.
Myer substitui Alex Zhu, um dos fundadores do Music.ly, aplicativo com sede na China que a ByteDance comprou em 2017 e se transformou no TikTok. Zhu se esforçou para fazer o que Mayer agora terá que fazer: convencer os EUA de que o TikTok não é uma ameaça.
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