Sobre o começo de sua vida profissional, Camila revelou que a área de computação e programação digital, na qual realizou seu estudo superior, não era tão reconhecida como hoje. Ela escolheu o curso, também, por influência de seu pai, que atuava como programador.
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Analisando o mercado de tecnologia atual, Camila avalia que muitos avanços aconteceram. “Qualitativamente , já abraçamos a diversidade: reconhecemos que isso é bom para a inovação e que não é justo uma mulher ganhar menos do que um homem”, diz.
Apesar disso, as barreiras quantitativas ainda não foram totalmente derrubadas. Segundo a especialista, as mulheres ainda têm menos acesso à infraestrutura para se tornarem grandes especialistas em tecnologia. Exemplos incluem “gravidez na adolescência, começar a trabalhar cedo para construir uma família”. Em sua percepção, as mulheres estudam mais, mas estão em menor número nas profissões mais competitivas, como ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Até mesmo hoje em dia, com um nome conhecido e um cargo relevante como empreendedora e professora, Camila Achutti ainda sofre com o sexismo em sua área. Seja com a falta de respeito dos clientes ou até mesmo dos alunos do curso que ministra.
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Sobre o ecossistema tecnológico brasileiro, Camila reflete. “Formamos pouco, no sentido qualitativo e quantitativo”. Ela lembrou do exemplo de sua própria faculdade, o Instituto de Matemática e Estatística da USP, que forma por volta de 30 alunos em ciência da computação por ano.
Além disso, Camila falou da dificuldade de conseguir fazer com que os melhores profissionais da área fiquem no país, já que o limite da carreira no Brasil é atingido com muita rapidez. Isso obriga os grandes programadores a procurar oportunidades maiores no cenário internacional.
Camila disse que entende o momento pelo qual o mundo passa, com a crise causada pela Covid-19, como difícil, mas que o futuro pode gerar bons avanços para a sociedade. “Existe uma série de oportunidades que nunca foram testadas, mas que estão sendo agora”, pondera.
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