4 estratégias para negociar o salário mesmo durante a crise
Robin Ryan
18 de novembro de 2020
kate_sept 2004/ Getty Images
Confrontar o recrutador é uma dica, pois a primeira oferta é sempre mais baixa
“Ajude-me a conseguir o emprego dos meus sonhos”, disse Ellen, 55 anos, gerente de projetos de TI, que pediu orientação para uma entrevista. Ela disse: “Algumas semanas atrás, me encontrei com um vice-presidente para uma entrevista de um emprego online. Eu estraguei tudo. Eles contrataram outra pessoa. Devo estar cometendo alguns erros. E esta outra oportunidade que veio é ideal para mim. Ótima empresa, é realmente um trabalho dos sonhos. Como posso melhorar?”
Essa conversa nos levou a trabalhar juntas, interpretar e aperfeiçoar suas respostas. Descobri que ela não estava se promovendo o suficiente, então, trabalhamos em aumentar sua confiança. Ellen lutou para ter suas respostas mais firmes. As questões salariais, os pontos fracos e fortes, tudo precisa ser aperfeiçoado. Depois de nossa sessão, ela foi para a entrevista e me escreveu: “Me saí muito bem na entrevista e me ofereceram o cargo. Por favor, agora ajude-me a negociar um salário mais alto!”
O fato é que as mulheres não são boas em negociações salariais. A maioria nunca nem tenta. De acordo com o relatório 2020 Gender Pay Gap da PayScale.com, site de pesquisa salarial, as mulheres nos Estados Unidos ganham apenas US$ 0,81 para cada dólar que um homem ganha. E, em um contexto 2020, as disparidades salariais entre homens e mulheres implicam em uma perda ainda maior de salários em rendimentos vitalícios, pois calculando aumentos e baixas salariais –presumidos dados ao longo de uma carreira de 40 anos– relata-se que as mulheres podem perder US$ 900 mil em média ao longo da vida.
Existem várias razões pelas quais as mulheres ainda ganham menos. Um dos principais motivos é que os homens estão mais inclinados a pedir aos empregadores que lhes paguem mais, e as mulheres aceitam a primeira oferta. Mesmo durante a pandemia, vejo clientes homens rejeitando a primeira oferta, que quase sempre é baixa, e pedindo uma remuneração maior com base na experiência e nas habilidades que trazem para o trabalho.
Estudando o caso de Ellen:
Ellen seguiu meu conselho e não revelou seu salário antigo ao recrutador ou a qualquer outra pessoa da equipe de contratação. Isso rendeu a ela uma oferta inicial anual de seis dígitos. Ela então confrontou o entrevistador e declarou que achava que a oferta salarial iria ser maior. Ela mencionou a experiência e as habilidades necessárias que traria para o trabalho. O empregador retornou e ofereceu US$ 20 mil a mais.
Ela também teve um bônus de contratação de US$ 5.000. Achei que era muito baixo para a função dela e estava confiante de que ela poderia conseguir mais. A questão era: quanto? Aconselhei Ellen a sondar o recrutador, que afirmou que talvez tivesse espaço para aumentar o bônus. Orientei Ellen a falar então com o gerente de contratação. Ela disse ao gerente que gostaria de aceitar o emprego se eles conseguissem resolver alguma coisa. Quando questionada sobre o que era isso, Ellen afirmou que achava que o bônus de assinatura era muito baixo. O gerente disse: “Deixe-me ver o que podemos fazer”. O empregador voltou e aumentou a oferta para US$ 20 mil. Ellen aceitou o emprego e garantiu um total de US$ 40 mil a mais em sua renda por seguir esses passos.