C-Suite: Solange Sobral é a nova vice-presidente de operações da CI&T em Londres
Maria Laura Saraiva
16 de junho de 2021
Divulgação
Solange Sobral [foto] é a vice-presidente partner de operações da CI&T e a primeira mulher a integrar o conselho de administração da Unidas
De olho nas movimentações C-Level da última quinzena, o C-Suite destaca, nesta edição, as mudanças de cadeiras no setor de serviços financeiros. O banco digital Nubank anunciou Arturo Nuñez como seu novo CMO (chief marketing officer). Na nova posição, o executivo deve assumir as ações globais da marca, que hoje está presente no Brasil, México e Colômbia. O Agibank, por sua vez, elegeu Vinícius Aloe como novo sócio e diretor de produtos e open banking. O gestor também é cofundador da fintech Empréstimo SIM, do grupo Santander. Já no mercado de consultorias, o BCG anunciou que Christoph Schweizer será o próximo CEO global da companhia a partir do dia 1º de outubro. O atual diretor, Rich Lesser, deixará a cadeira que ocupou nos últimos nove anos para assumir a posição de global chair.Na Falconi, Daniel Spolaor chega como novo diretor de gente e operações após uma trajetória de mais de 13 anos na Ambev.
O setor hoteleiro também registrou movimentações importantes com os novos líderes da LHW (The Leading Hotels of the World), organização que reúne hotéis de luxo independentes do mundo. Chris Walker, Phil Koserowski e Lauren Alba se juntam à empresa para comandar o setor de comércio, vendas globais e marketing, respectivamente.
Nesta edição, o C-Suite conversou com Solange Sobral, vice-presidente partner de operações da CI&T que acaba de se mudar para Londres, na Inglaterra, para assumir o posto estratégico da operação europeia da companhia brasileira de tecnologia. Com mais de 24 anos de experiência no setor, a executiva é mestre em ciência da computação pela Unicamp e foi eleita a primeira mulher a integrar o conselho de administração da Unidas, uma das principais empresas de aluguel e venda de veículos do Brasil.
Leia, a seguir, os planos da executiva na nova posição:
Forbes: Você deixou o Brasil para focar na expansão da empresa na Europa. Como é a competitividade no setor de tecnologia em outros países?
Solange Sobral: Existe uma considerável maturidade nos países europeus quando pensamos no shift digital que as empresas estão vivenciando e na consequente adoção da inovação. Por outro lado, alguns temas intrinsecamente relacionados ainda são chaves, como experiência do cliente, modernização de legados, mindset de produto, cultura de experimentação e a utilização de inteligência analítica para acelerar a entrega de impacto aos negócios e aos clientes.
Esse cenário é bastante promissor, pois nos permite estar mais próximos de grandes iniciativas digitais junto aos nossos clientes, em sua grande maioria marcas globais que operam na região. Ter o protagonismo na condução destes desafios para grandes companhias, alavancando os seus negócios e estimulando o desenvolvimento do ambiente de inovação digital na Europa é um dos nossos grandes objetivos.
Com bases em Londres e Lisboa, conseguimos ter um alcance continental num mercado que conta ainda com uma boa atratividade de investimento estrangeiro e organizações globais em setores em franca expansão, tendo a tecnologia digital como tema central.
Nossa expansão europeia também assume como pilar central a atração e o desenvolvimento de talentos regionais, criando um excelente lugar para se trabalhar, diverso e inclusivo.
F: Sendo uma mulher negra em um meio majoritariamente masculino – o da tecnologia – como você enxerga essa nova conquista?
SS: Maravilhosa e desafiada ao mesmo tempo. Uma jornada maravilhosa pois, olhando números e histórias de vida, hoje entendo o quanto as oportunidades são restritas para as mulheres, especialmente negras, chegarem a um cargo de liderança em tecnologia. Uma conquista, sem dúvida, para ser comemorada, individualmente e, sobretudo, coletivamente por todas nós, mulheres. Chegar até aqui não foi fácil, mas também vejo esta conquista como um privilégio e busco exercitar a minha responsabilidade em promover mais diversidade e inclusão nessas posições e no setor.
A missão de expansão de negócios em outro continente, num ambiente multicultural e multilingue, é sem dúvida desafiadora e me coloca fora da zona de conforto. Construí os meus 24 anos de carreira no Brasil e o inglês somente apareceu na fase adulta da minha vida. O desafio também envolve uma necessidade natural de construção local de reputação executiva num novo mercado, sempre mais intrigante para as mulheres e negros. Motivada por desafios, e confiante de que vou chegar lá, vejo este momento como uma alavanca importante para mais um passo de aprendizado e crescimento profissional.
Também faz parte das minhas ambições trazer para a Europa pilares fortes da nossa cultura CI&T – como colaboração, adaptabilidade, resiliência, inclusão, informalidade produtiva, um lugar onde podemos ser quem somos – e combiná-los com a cultura local. Ao mesmo tempo, continuar um trabalho que visa tornar os ambientes corporativos mais humanizados, mais diversos e mais inclusivos.
F: Como a CI&T analisa o impulso trazido pela pandemia nos processos de transformação digital? Isso vai se sustentar ou é um movimento momentâneo?
SS: Junto com um grande impacto nas operações das empresas em todo o mundo, a pandemia também acelerou a adoção digital, que estava em andamento. Essa acelerada adoção de tecnologia na solução de problemas também traz uma mudança significativa na mentalidade corporativa e na composição dos seus modelos organizacionais e de gestão. A nova realidade, mais veloz e mais imprevisível, exige respostas rápidas, tornando ainda mais necessária uma disrupção nas estruturas organizacionais clássicas e hierárquicas em direção a modelos mais colaborativos, que estimulem multidisciplinaridade, empreendedorismo e inteligência coletiva. Isso coloca em evidência o pilar de pessoas nas empresas, tornando-o um dos principais para alavancar mudanças significativas e necessárias na operação do negócio.
Para responder à crise, as empresas precisaram imprimir um outro olhar para as suas pessoas (colaboradores e consumidores), processos, tecnologias digitais e até para a sociedade. As mudanças se manterão nesta mesma velocidade no pós-crise? Acredito que não. Mas acredito também que não vão retroceder de forma alguma ao que era antes. Novos hábitos foram criados e os negócios foram readaptados.
F: Quais suas expectativas para os próximos seis meses no comando dos negócios em Londres?
SS: Nosso principal desafio no curto prazo é a construção de reputação da marca CI&T na Europa, atraindo novos negócios, novas parcerias, novos clientes e novos talentos. Já vimos uma resposta bastante positiva do mercado, não apenas em Londres, mas também de outros países europeus nestes primeiros seis meses. Estamos com grandes expectativas para um futuro próximo.
Veja, abaixo, outras movimentações C-Level que ocorreram nos últimos 15 dias: