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Lindolfo Martins, da Multicoisas
Lindolfo Martins fundou a Multicoisas, empresa de varejo voltada no atendimento de pequenos reparos do dia a dia, em 1984.
Alex Tabor
Alex Tabor foi um dos fundadores do Peixe Urbano, em 2010. Ele assumiu a posição de CEO em 2015
“Eu sou co-fundador do Peixe Urbano, mas meu primeiro cargo na empresa foi o de CTO, onde fiquei responsável pela infraestrutura tecnológica da empresa. Permanecemos nessa mesma estrutura até 2014, quando vendemos a empresa para a Baidu, que é o “Google chinês”. Nesse momento, o Júlio Vasconcellos, o também co-fundador e até então CEO da Peixe Urbano, resolveu sair por motivos pessoais. Basicamente, ele sentiu que os quatro anos na gerência da empresa foram os bastante, ele havia conseguido levantar capital, ganhar reconhecimento e fechar esse ciclo com a venda para uma gigante. Olhando para frente, o Júlio sentiu que não queria continuar nesse ciclo de executivo. Ele perguntou para mim se eu poderia assumir o cargo. Eu aceitei. Na minha perspectiva, ser o CEO de uma empresa tão grande seria um desafio completamente novo. Segui nesse cargo com bons resultados. Conseguimos triplicar as vendas em dois anos, eclipsando o nosso concorrente, o Groupon. Chegamos a ter 70% de mercado, foi um ciclo muito positivo para minha trajetória profissional. Mas, em seguida, o Baidu resolveu vender as operações do Peixe Urbano. Eles estavam vendendo as operações na China que tinham sinergia com o nosso negócio. Logo, deixou de fazer sentido para a empresa deter a marca. Os mesmos investidores chilenos que, em 2017, compraram o Groupon, resolveram comprar o Peixe Urbano.
Meu último ano lá foi tomado pelo o objetivo de consolidar a empresa, mas não vi mais tanto sentido em continuar ali. Os acionistas também haviam mudado, e eles tinham outra visão de direcionamento corporativo diferente do que eu achava o ideal. Logo, dentro desse contexto, avaliei que seria melhor eles terem um executivo que estivesse mais alinhado com a visão deles. Foi uma transição muito suave. O diretor-comercial assumiu a posição de presidente, então não havia tanto trabalho a se fazer. Quando você sobe alguém de dentro da organização para o cargo de CEO, essa pessoa já tem as conexões e o conhecimento do negócio. É tudo muito suave. Eu acho que por que quase sempre esse é o movimento que acontece: quando sai o fundador, entra uma pessoa que já está na empresa a muitos anos. É algo mais natural e menos traumático para a empresa.”
Felipe Couto
Felipe Couto foi um dos fundadores da Vulpi, em 2016. A startup é responsável por uma plataforma que conecta desenvolvedores com empresas de tecnologia
Então, no começo de junho deste ano, comecei a entender que os meus princípios e valores não estavam batendo mais com aqueles que meus sócios pregavam dentro da empresa. Esses objetivos eram mais relacionados com os nossos founders do que com o negócio em si. Era de acordos que travamos entre nós. Dizia muito a respeito de tarefas, de obrigações. Não tinha nada com os investidores ou com o mercado. Com essa percepção, em conversa com meus sócios e investidores, eu resolvi me afastar das operações e vender minha parte da empresa.
Meus princípios e valores pregam pela transparência, eu sou muito transparente em todas as minhas relações. Além disso, quando eu entro em alguma iniciativa, eu entro de cabeça. E eu sou aquela pessoa que é bem focada em cumprir objetivos. Gosto muito de cumprir o que foi combinado. Vi que, ali, não estava mais sendo dessa forma. Foi só no final de agosto que consegui concluir todo esse ciclo, tanto a parte jurídica quanto a profissional. Tive a atenção de deixar meu time mais tranquilo, deixando claro que estava saindo por um motivo pessoal e profissional meu. Inclusive, junto com minha saída também ocorreu a renúncia de alguns dos investidores que haviam entrado durante esse processo. Eles também tiveram a mesma percepção que eu de que os princípios não estavam batendo mais. “