
O sucesso é uma daquelas palavras que carregam um peso enorme, mas cujo significado é, na verdade, extremamente relativo. Há algum tempo, eu comecei a questionar essa ideia de que o sucesso é um destino final, um lugar onde chegamos e, finalmente, nos sentimos completos.
Agora, ao assistir ao documentário “Larissa: O Outro Lado de Anitta” na Netflix, essa reflexão ganhou ainda mais força. A artista, em sua trajetória, expõe de forma crua e sincera como a busca pelo sucesso pode ser tanto inspiradora quanto desgastante. E isso me fez pensar: quantos de nós já não nos pegamos projetando nossa felicidade em um futuro distante, como se ela só pudesse existir quando alcançássemos determinado objetivo?
Quantas vezes você já não pensou: “Quando eu conseguir isso, serei feliz”? Ou: “Quando eu chegar lá, finalmente me sentirei um sucesso”? Pois bem, eu já pensei assim muitas vezes. E, assim como a Anitta mostra em seu documentário, descobri que, quando finalmente alcançamos esses objetivos, a sensação de plenitude dura pouco. Um buraco se abre. E, de repente, estamos correndo atrás de algo novo, como se a felicidade e o sucesso fossem uma miragem, sempre à frente, nunca ao nosso alcance.
A verdade é que, nessa busca incessante, muitas vezes perdemos de vista o que realmente importa. Nossa saúde mental, física e social vão sendo deixadas de lado, como se fossem moedas de troca para alcançar algo maior. Eu aprendi isso da maneira mais difícil: após dois burnouts. Sim, foram necessários dois colapsos para eu entender que o sucesso não é um lugar, mas sim um estado de espírito. E, ao que parece, Anitta também chegou a essa conclusão.
No documentário, ela se mostra vulnerável, humana. Fala sobre a importância da família, sobre como eles são seu porto seguro em meio a tanta pressão e expectativa. E é aí que mora uma grande lição: o sucesso, por mais grandioso que pareça, não significa nada se não tivermos pessoas com quem compartilhá-lo. A família, os amigos, os laços que construímos ao longo da vida são o que realmente dá sentido à nossa existência.
Anitta, com toda a sua fama e conquistas, nos lembra que até mesmo aqueles que parecem ter “chegado lá” enfrentam dúvidas, medos e inseguranças. E isso é libertador. Porque, no fim das contas, o sucesso não é sobre quantos seguidores você tem, quanto dinheiro você ganha ou quantos prêmios você acumula. É sobre se sentir bem com quem você é, sobre encontrar significado no que você faz e sobre cultivar relações que te sustentem nos momentos difíceis.
Acredito que cada vez mais pessoas estão começando a entender isso. A geração atual, tão conectada e ao mesmo tempo tão solitária, está aos poucos percebendo que a busca pelo sucesso a qualquer custo pode ser uma armadilha. E documentários como o da Anitta são importantes porque mostram que até os ícones da cultura pop têm suas lutas internas. Eles humanizam a ideia de sucesso e nos fazem refletir sobre o que realmente queremos para nossas vidas.
Então, talvez seja hora de redefinirmos o que significa ser bem-sucedido. Talvez o sucesso não esteja no topo da montanha, mas no caminho que percorremos para chegar lá. E, mais importante ainda, nas pessoas que nos acompanham nessa jornada. Afinal, como Anitta nos mostra, é na vulnerabilidade e no amor que encontramos nossa verdadeira força.
E você, já parou para pensar no que o sucesso significa para você?
Juliana Ferraz é sócia da Holding Clube e tem quase 30 anos de carreira no universo da comunicação e eventos no Brasil.
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