A economia brasileira está andando de lado há cinco anos. A afirmação é de Gilberto Stocche, presidente da Santista Jeanswear, uma das maiores e mais tradicionais indústrias têxteis do país, que completará 90 anos em novembro. Há mais de 12 anos na companhia – os últimos três como presidente -, o executivo não nega as dificuldades de um setor que, além do cenário econômico incerto, enfrenta uma concorrência feroz de países como a China. Mas diz que este é o momento de investir. “Em fevereiro chegam novas máquinas, mais modernas”, diz, revelando aporte de R$ 150 milhões no triênio 2019-2021 em uma série de iniciativas.
Conhecida por suas inovações – criou, por exemplo, um tecido com repelente na época em que o país foi assolado pelo pesadelo do vírus Zika, atualmente adotado nos uniformes dos soldados do exército brasileiro -, a Santista se orgulha de operar uma fábrica sem resíduos (Americana, no interior de São Paulo) e de substituir o silicone usado no processo produtivo por cupuaçu. “Cerca de 90% do meu tempo é gasto pensando no futuro”, diz o executivo, com um olho na modernização do parque e outro na transformação digital.
Segundo Stocche, a tecnologia é apenas uma parte do tripé estabelecido para continuar operando por mais um século. O outro é a sustentabilidade. “Quem não for sustentável daqui uma década, não vai estar no jogo. É uma questão de sobrevivência”, aposta. Por fim, o executivo menciona a excelência comercial e operacional. A companhia possui, por exemplo, uma universidade, encarregada de treinar pessoal, e uma área de consultoria, que vai fundo nos problemas dos clientes para desenvolver soluções em conjunto. “Temos envolvimento em toda a cadeia. Nosso objetivo é contribuir para que ela seja o mais eficiente possível.”
Com faturamento de R$ 750 milhões em 2018 e 120 milhões de metros de tecido produzidos anualmente, a Santista, por meio de seu líder, garante que vai continuar fazendo a sua parte. “A situação não é fácil, mas acredito em uma recuperação no próximo ano”, diz Stocche, que vivenciou, nos últimos anos, a diminuição dos investimentos e até o fechamento de fábricas. “Mas a história da companhia é muito parecida com a do país, cheia de lutas e de vitórias. Nunca tivemos, no entanto, nenhuma vitória sem um trabalho árduo. Isso faz parte da nossa história.”
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O futuro em discussão
A 19ª Conferência Anual Global de CEOs da FORBES, realizada na semana passada em Singapura, foi descrita como um fórum sem paralelo para discussão e debate entre os 500 CEOs globais, magnatas, empreendedores, capitalistas e líderes de pensamento que participaram. Veja, a seguir, algumas das frases de maior destaque do evento:
– “A guerra comercial significa menos oportunidades para as empresas de Singapura investirem na China e exportarem para a América ou investirem na América e fazerem negócios na China”, disse Lee Hsien Loong, primeiro-ministro de Singapura;
– “O fato é que o empreendedorismo na África é muito diferente… Os empreendedores de outros países querem criar empresas, fazer IPOs. Na África, as pessoas querem mudar seus países, mudar suas vidas”, disse Jack Ma, fundador do Alibaba e da fundação que leva seu nome;
– “Existe uma ideia de que os donos do capital o ‘tira’ da sociedade. É por isso que dizemos ‘retribuir à sociedade’ quando nos referimos às iniciativas sociais. Mas a verdade é que o capital nunca deixou o sistema econômico”, disse Goh Hup Jin, presidente da Nipsea Holdings International.
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Empreendedorismo japonês em alta
Na próxima sexta-feira (25), será lançada oficialmente a NEB – Nikkey Empreendedores do Brasil, uma associação sem fins lucrativos formada por 50 empresários descendentes de japoneses que tem como objetivo cultivar e difundir os valores empresariais de seus antepassados às novas gerações. Atualmente, os negócios liderados por nikkeis no país respondem por cerca de R$ 100 bilhões do PIB brasileiro. Entre as iniciativas da entidade estão projetos de inovação e sustentabilidade, sucessão familiar e empresarial, educação e cultura, saúde e desenvolvimento de parcerias com diversas instituições culturais, esportivas e sociais. Fazem parte da empreitada Ricardo Ikesaki, presidente da rede de cosméticos Ikesaki/Taiff; Roberto Ohara, vice-presidente da Sakura; Chieko Aoki, fundadora da cadeia de hotéis Blue Tree; Angela Hirata, sócia e presidente da SurianaTrading; e Paulo Nishimura (foto), fundador da Niplan Engenharia, que ocupará a presidência da NEB.
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Chique e versátil
São Paulo acaba de ganhar um novo espaço de eventos. O recém-inaugurado L’Atelier, no Sheraton São Paulo WTC, tem como proposta abrigar os mais diversos tipos de cerimônias: feiras, encontros corporativos, casamentos, festas sociais, lançamentos de produtos etc. Dividido em dois ambientes – salão interno e deque integrado à piscina –, o espaço total possui cerca de 1.150 metros quadrados que acomodam até 1,3 mil pessoas e pode ser formatado conforme a necessidade. Painéis retráteis compostos de vidros acústicos dão acesso à área externa.
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