Blondine lança linha Reserva, de cervejas maturadas em madeiras brasileiras

24 de janeiro de 2020
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Os fundadores da Blondine, Aloisio e Sibele Xerfan

A maturação de cervejas em madeira não é novidade, mas pela primeira vez uma cervejaria brasileira vai focar o processo de armazenamento da bebida em barris feitos a partir de árvores nacionais. Foi o que contou Aloisio Xerfan, CEO da Blondine, cervejaria nascida em Curitiba em 2010 e que atualmente tem sua fábrica no interior de São Paulo, em entrevista à Forbes Brasil.

“O projeto foi criado com intuito de trazer notas aromáticas das madeiras brasileiras para as cervejas, por isso, fizemos uma seleção bem criteriosa dos perfis interessantes para a bebida”, diz Xerfan, que toca a Blondine ao lado da esposa e também fundadora, Sibele Xerfan. O resultado de dois anos de estudos e pesquisas foi uma lista de 12 madeiras nacionais: bálsamo, cabreúva, cerejeira, garapa, amburana, pau brasil, ipê amarelo, freijó, jatobá, amendoim e jequitibá. “Conhecer cada madeira e definir tipo de tosta e testar as receitas com as cervejas foi um trabalho muito enriquecedor”, conta Xerfan. A produção não deixará de lado barris de carvalho francês virgem e de uso em uísque, rum, cachaça, conhaque, vinho tinto e vinho branco, o que abre um leque infinito de possibilidades de blends.

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A ideia é que a linha intitulada Reserva seja lançada no segundo semestre desde ano. “Mas não temos data definida, pois dependemos da evolução da bebida na madeira para atingir o perfil sensorial ideal”, diz Xerfan. O processo para o lançamento pioneiro precisou de investimento sério da Blondine, com reformas na fábrica para acomodar uma adega com temperatura e umidade controladas. Segundo Xerfan, essa adega ficará aos olhos do público no bar da fábrica, mas sem acesso de pessoal não autorizado. “Foi um projeto que teve envolvimento de diversas áreas. Novos fornecedores foram homologados, estilos de cerveja testados, marca e embalagem desenvolvidas e até novos processos de qualidade já foram traçados.”

A novidade vem na esteira de uma das tendências apontadas por Xerfan para o mercado cervejeiro nacional. “Temos duas grandes tendências, uma envolvendo cervejas inovadoras e complexas e outra envolvendo estilos clássicos menos alcoólicos”, conta.

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Mock up da nova linha da Blondine, Reserva

Apesar do receio de que a crise da cervejaria mineira Backer, que está sendo investigada por contaminação em lotes de suas cervejas e intoxicação de mais de 20 pessoas (quatro morreram), respingue no mercado de cerveja artesanal como um todo, Xerfan tem boas expectativas para a Blondine, com os lançamentos do ano. A produção atual da cervejaria é de 12 mil hectolitros de cerveja, com possibilidade de crescimento até 42 mil hectolitros. “Do total de cervejas consumidas no Brasil, apenas 1% é artesanal, com previsão de atingir 2% em 2020, um share muito pequeno se compararmos aos Estados Unidos que chegam a 15%. Um estudo do segundo semestre de 2019 da Mintel (Instituição de Pesquisas de Mercados e Negócios) aponta que o Brasil é o segundo mercado de cervejas mais inovador do mundo, considerando o número de lançamentos e investimentos do setor”, conta.

A série Reserva terá lotes únicos e limitados a 600 garrafas numeradas por estilo. “O consumidor será envolvido nessa experiência sensorial, podendo conhecer o processo e provar o produto em diversas etapas de produção. Esperamos atingir um público que busca exclusividade”, finaliza.

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Aperitivo francês

Lillet Rendez Vous leva Lillet Blanc, gin e vermute

A marca Lillet, aperitivo francês à base de vinho e licor de frutas, inaugura no dia 11 de fevereiro sua embaixada oficial no Brasil, dentro do bistrô paulistano Rendez-Vous, localizado no bairro de Pinheiros. A casa passou por reforma para acomodar o espaço ambientado e terá drinques exclusivos preparados com o ingrediente do vésper, coquetel ícone do agente 007, como o Lillet Rendez Vous (foto), que leva Lillet Blanc, gin e vermute.

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Seminário
Até domingo (26), acontece em São Paulo, na Unibes Cultural o seminário FRUTO | diálogos do alimento, idealizado pelo chef Alex Atala e pelo produtor cultural Felipe Ribenboim. A terceira edição tem como temas a água e o alimento como saúde e tem as palestras transmitidas ao vivo. No dia 26, o evento é aberto ao público gratuitamente. É a primeira vez que isso acontece.

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Nem vodca nem gim
Acaba de desembarcar no Brasil o Ketel One Botanical, novidade da marca holandesa do portfólio Reserve da Diageo, que é uma espécie de híbrido entre vodca e gim. O destilado com teor alcoólico mais baixo (30%) é a aposta na esteira da tendência de consumo de bebidas menos alcoólicas. O Ketel One Botanical chega ao Brasil depois de boa experiência nos EUA e na Europa segundo o embaixador global da marca, o português Paulo Figueiredo. Além de ser menos etílico, o marketing de Ketel One Botanical vai bater na tecla de que a bebida tem poucas calorias. A bebida é produzida em três versões: Peach & Orange Blossom, Cucumber & Mint e Grapefruit & Rose.

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Realidade aumentada
A marca de uísque tennessee Jack Daniel’s está lançando no Brasil um aplicativo de realidade aumentada que conta a história e os processos de produção da bebida. O Jack Daniel’s AR Experience tem áudio em português e funciona apontando a câmera do celular para uma garrafa da bebida. A partir daí, é possível ver a planta da destilaria nos EUA e ouvir sobre o uísque.

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Nova carta na Mantiqueira

G&T Botanique, com limão siciliano e lavanda

O Botanique Hotel, hospedagem de luxo em Campos do Jordão, no interior de São Paulo, renovou sua carta de drinques. Com consultoria da Shakers, a mixologia entra nas curadorias do hotel. Entre os autorais, as criações primam por tentar levar o campo para dentro das taças, com coquetéis como o G&T Botanique, gim tônica com limão siciliano e lavanda colhida no local (foto). Além das novidades etílicas, a carta nova entra na tendência dos não-alcoólicos com drinques especiais e mantém clássicos, como negroni e caipirinhas.

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