Consciência alimentar sempre esteve presente na vida do empreendedor Tomás Abrahão. Foi com essa preocupação que o jovem de 29 anos transformou a ideia de conectar os meios rural e urbano em uma startup rentável e premiada internacionalmente. Seis anos depois da sua fundação, a Raízs, que distribui alimentos orgânicos via plataforma online vai levantar R$ 10 milhões em uma rodada de investimentos. O aporte será usado para expandir o negócio, que hoje atua em São Paulo, para Rio e Curitiba.
“O investimento será em expansão geográfica, tecnologia e pessoas”, conta Abrahão. Segundo ele, o time de TI vai quadruplicar em 2020. Isso tem uma explicação. Um dos pilares da empresa é a tecnologia própria, que possibilita cortar intermediários e, com isso, oferecer produtos mais baratos do que as grandes cadeias. “A Raízs cresce quatro vezes ao ano.
LEIA MAIS: 3 ingredientes para ficar de olho na coquetelaria em 2020
O agricultor quer vender para a gente, pois pagamos melhor e tratamos de maneira diferenciada. Do lado do consumidor, há facilidade de acesso [entrega domiciliar diária], qualidade e preço. Ainda oferecemos rastreabilidade e confiança”, avalia o empresário. Segundo ele, a retenção da Raízs é de mais de 92% dos clientes, que podem comprar por meio de assinatura de cestas personalizadas de acordo com as preferências.
A lista de pequenos produtores credenciados cresce exponencialmente e hoje está 824, sendo 73% em São Paulo. Legumes e verduras não passam mais do que algumas horas no centro de distribuição de 1.200 metros quadrados da empresa, localizado no Butantã, na zona oeste de São Paulo; e as frutas que vêm em parte de outros estados ficam no máximo dois dias no local, garantindo mais frescor. Ainda neste ano, a Raízs vai para um centro maior, de 4 mil metros quadrados. Um belo salto para quem começou na garagem da casa da mãe, usando o dinheiro de uma poupança de R$ 4 mil.
“Começou com a ideia de entregar orgânicos em comunidades. Fomos para Heliópolis, Paraisópolis. Mas a real era que o modelo não parava de pé financeiramente”, conta Abrahão. Depois de dois anos, dois investidores-anjo ajudaram a levantar a Raízs. Pedro Navio, que hoje é presidente da Heinz, e Antonia Teixeira, que era da Abril Educação, fazem parte da história da empresa.
Com um modelo que busca dar olhar humano à cadeia de consumo, a Raízs ganhou uma série de prêmios, como o ONU Accelerate 2030 e o Creators Awards e tem hoje 4% do mercado de orgânicos no país. “Inovamos em algumas partes, como a troca de informação com o agricultor, o estoque virtual, o fato de conseguir comprar da terra. A gente faz o produtor fazer o que ele sabe melhor, que é produzir. Ele produz, a gente paga preço justo e não tem cinco pessoas ganhando dinheiro no meio”, resume Abrahão.
Apesar de o negócio crescer muito, Abrahão ainda ainda é preciso que o consumo de orgânicos se massifique. Mas ele está otimista. “Há algum tempo, havia a noção de que cigarros faziam mal, mas não era algo tão incutido na cabeça das pessoas. O mesmo deve acontecer com os agrotóxicos e transgênicos. Acho que em algum tempo vamos olhar para trás e pensar como é que fazíamos isso [não consumir orgânicos]?”
***
Uísques raros em desaquecimento
É possível que os preços astronômicos alcançados por garrafas de uísques raros em leilões tenham atingido um teto. Recentemente, um famoso Macallan 1926 com embalagem desenhada pelo artista italiano Valerio Adami foi vendido por £ 825 mil, quando o preço estimado era de £ 1,5 milhão (uma mesma garrafa de Macallan tem o recorde de venda: £ 1,45 milhão). Segundo o colaborador de Forbes George Koutsakis, a Whisky Auctioneer vai leiloar um exemplar do aclamado Macallan em abril, e muitos acreditam que o preço não vai ultrapassar o recorde de £ 1,45 milhão.
***
Clássicos americanos
O prêmio norte-americano James Beard, um dos mais conhecidos do meio gastronômico, escolheu os seis restaurantes atemporais para o America’s Classics Awards. Não se trata de alta gastronomia, mas sim lugares que tenham a ver com a comunidade e sirvam comida de qualidade. Segue a lista para colocar no plano de viagem:
El Taco de Mexico, Denver, Colorado
Lassis Inn, Little Rock, Arkansas
Oriental Mart, Seattle, Washington
Puritan Backroom, Manchester, New Hampshire
Vera’s Backyard Bar-B-Que, Brownsville, Texa
Zehnder’s of Frankenmuth, Frankenmouth, Michigan
***
Novo microlote
A Santo Grão acaba de lançar o microlote Black Honey, com café catuaí amarelo cultivado a 1280 metros de altitude. O grão foi encontrado pela barista chefe Keiko Sato em uma expedição de Caparaó ao Alto Jequitibá, em MInas Gerais. “Em uma das mesas, em meio a mais de 90 amostras, me apaixonei por um. Um Black Honey, que nada mais é que um café descascado, imerso no melaço da polpa do fruto do café e seco lentamente”, conta. A lata de 150 g custa R$ 28.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.