Chardonnay é considerada a “rainha” das uvas brancas por ter essa flexibilidade e, com isso, te conquistado o paladar da grande maioria. O “C” chama tanta atenção no rótulo que, durante muitos anos, foi mais importante o nome da uva do que a região produtora ou, até mesmo, o produtor. Diz-se que ela é uma uva sem personalidade, vazia, sem grandes aromas que, se não fosse pela mão do produtor, não seria nada. Mas ela é tudo: é versátil, é a rainha, e uma rainha faz o possível para agradar o maior número possível de seguidores.
De origem francesa, da região da Borgonha, a chardonnay só existia na Borgonha e em Champagne por volta dos anos 1970, com exceção de uma microprodução na Califórnia. Hoje em dia, é a uva branca mais plantada no mundo! Seus aromas básicos são de maçã amarela, carambola, abacaxi, baunilha e manteiga, e eles variam muito quando passam por barrica ou não. Uma interessante brincadeira é comprar um vinho que passou por barrica e um que não e, compará-los. Se der, da mesma região!
A temperatura para servir é entre 7°C e 12°C e, atualmente, muitas importadoras fornecem informações mais profundas sobre cada vinho, como harmonização, vinificação, percentual das uvas e também a história do produtor. É interessante, pois, quando se tem a oportunidade de saber a origem do que se bebe, a conexão muda.
Com seu charme exuberante, amantes do vinho se deliciam com a facilidade com que esta uva se adapta aos momentos da vida, Champanhe, Chablis, Borgonha, Califórnia, Austrália, Chile, África do Sul, Argentina e Nova Zelândia estão entre as mais famosas regiões produtoras, proporcionando uma infinita variedade. Infinita, pois, depois que alguém conseguir provar todos os chardonnays de todas essas e de outras regiões, eles já terão evoluído em estilo e já terão surgido novas regiões produtoras. O mundo do vinho é interessantíssimo pela sua mutabilidade.
Os produtores também se beneficiam da alta produtividade rentável desta uva e os enólogos (os que fazem o vinho) se divertem com as inúmeras possibilidades de vinificação.
Andrea Santos, da Importadora De la Croix, indica o Frisson (que significa emoção em francês), por R$ 118, que não passa por barrica e, por causa do solo, é mais mineral; e o Haute Côtes de Beaune Blanc (R$ 198), que passa 12 meses em barrica de carvalho velho e é biodinâmico, ambos da Borgonha;
Daniella Abad indica Origem por R$ 49,90 e o Naturelle por R$ 52, brasileiros da Casa Valduga e Veuve Clicquot (sua “marca registrada”), champanhe que tem no seu blend 1/3 de chardonnay. Valor a consultar pelo e-mail alan@moethennessy.com;
Diego Arrebola indica Salton Paradoxo, brasileiro por R$ 48, da Seleção Adega, e o Domaine du Chardonnay Petit Chablis, da Belle Cave, por R$ 188,10. Petit Chablis é uma apelação, em Chablis, caracterizada por vinhas mais jovens plantadas no topo da colina com um solo diferente da apelação Chablis Grand Cru e Premier Cru. Isso o rende um vinho mais fresco, leve, menos complexo para uma ocasião despretensiosa;
Na Mistral, o Kumeu River Village, para quem quiser experimentar um chardonnay da Nova Zelândia, por R$ 109;
Anna Rita Zanier indica vinhos da importadora Anima Vinum, todos da Borgonha. Mâcon Villages (sul da Borgonha) Les Mulots de Roger Luquet por R$ 165 e o Vezelay (norte da Borgonha) L’Impatiente da La Croix Montjoie por R$ 198. Se estiver muito impaciente com a quarentena, indico esse. Apesar de não devermos nos guiar pelo nome ou pelo rótulo, eu, pessoalmente, gosto de me deixar seduzir. O máximo que pode acontecer é eu não gostar do vinho, o que não é o caso aqui;
Meu vinho preferido é champanhe e, no Brasil, eu indico o Longitude, do Larmandier-Bernier que visitei em setembro do último ano, da De la Croix. Longitude, pois, ele tem diversos vinhedos na longitude da Côtes des Blancs, em Champagne, complexo e elétrico ao mesmo tempo. Custa R$ 395. Não é barato, mas eu prefiro beber menos com a qualidade que busco. Além disso, para quem pensa que não dá pra guardar a metade da garrafa de champanhe e beber dia seguinte, não é o caso deste produtor, pois seu vinho base é muito bom.
Infelizmente, os preços de vinhos no Brasil não são dos mais acessíveis, mas, apesar da crise econômica que estamos vivendo, estas importadoras conseguiram segurar a alta do dólar. Vendas para pessoa jurídica são quase inexistentes. Assim, vender para pessoa física e manter os preços antigos têm feito toda a diferença. Só resta saber até quando isso vai durar, pois as importações estão paralisadas.
Quem sabe tomando um chardonnay não nos tornamos um pouco mais adaptáveis e, quem sabe, inspirados a encontrar maneiras de superar as adversidades?
Tchin tchin!
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