Todas as religiões celebram suas festas e datas santas com comida, seja com a restrição da carne na Quaresma, com o peixe, que simboliza fertilidade na Páscoa, ou com o jejum seguido do banquete do Pessach, por exemplo. Festas típicas ou religiosas sempre incluem a comida, como uma celebração da vida. Por isso a comida “de festa” sempre é especial, comida “de avó” sempre significa carinho e as ceias de Natal e Ano-Novo são tão esperadas e caprichadas. Comida é afeto e, por isso, existe até uma regra de etiqueta, que diz que não podemos fazer dieta em festas.
Fim de ano é o momento de mesa farta, repleta de comidas típicas, que podem variar conforme a cultura de cada família, que marcam presença em todas as comemorações e passam de geração em geração.
A ceia de Ano Novo traz consigo outros simbolismos, pois é o momento em que todos se preparam para atrair boas energias, sorte, saúde, amor, prosperidade e começar tudo de novo “com o pé direito”. Cada um tem suas superstições. Em muitas casas, não podem faltar as lentilhas, que têm forma semelhante a moedas e estão associadas à fartura.
Há quem tenha a romã como outro símbolo de prosperidade, fartura e amor, por sua cor avermelhada. Outros preferem as uvas, comidas uma a uma nas 12 badaladas da meia-noite. Uma outra tradição das ceias de Ano Novo é a de não comer aves, pois, como ela ciscam para trás, isso pode significar atrasos. Seja como for, as tradições trazem sempre um motivo a mais para juntar famílias e amigos à volta das mesas. Uma coisa é comum: o brinde feito à meia-noite com champagne ou espumante, para atrair saúde, prosperidade e felicidade para o novo ano. Aqui fazemos nosso brinde especial para 2022: que seja um momento de fraternidade, amor, superação, saúde e muita paz para todo o mundo!
Carla Bolla é restauratrice do La Tambouille, em São Paulo
Artigo publicado na edição 93, lançada em dezembro de 2021.