De acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em cinco anos, o país deve saltar dos atuais 21 para 100 unicórnios. Em setembro, o SoftBank anunciou o compromisso de investir US$ 3 bilhões em um segundo fundo destinado a empresas de tecnologia na América Latina. No ano de 2019, o banco já havia criado um primeiro fundo de US$ 5 bilhões. Bruno Rondani, CEO da 100 Open Startups, relembra que o Brasil viveu a primeira onda do private equity e agora é beneficiado pelo aquecido mercado de venture capital.
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Apresentamos a seguir quatro startups que chamaram a atenção da Forbes e de seus parceiros na elaboração da lista das 10 Empresas Mais Inovadoras do Brasil – e que também aparecem no radar dos investidores por seu potencial de valorização e escalabilidade. Uma delas, a Unico, já é classificada como unicórnio, após um aporte de R$ 625 milhões no início de agosto.
Conta Azul: foco no que as PMEs fazem de melhor
Criada em 2012, a startup de software de gestão aparece, há algum tempo, nas principais apostas do ecossistema de inovação como candidata a se tornar o próximo unicórnio brasileiro.
Digibee: transformação pela integração
Inserida no Cubo Itaú, a startup especializada em tecnologia para integração de sistemas foi fundada em 2017 por Rodrigo Bernardinelli, Vitor Sousa e Peter Kreslins.
Dois anos depois, viveu um momento determinante, com crescimento de seis vezes em número de clientes. Em junho de 2020, captou US$ 5 milhões em uma rodada que contou com o GAA Investments e Laércio Albuquerque, executivo da Cisco. Atualmente, tem 110 funcioná-rios e clientes como Bradesco, Carrefour e Porto Seguro. Em agosto, recebeu um novo aporte, de R$ 13,5 milhões, do Brasil Venture Debt, fundo especializado em crédito para startups.
Olist: muito além do carrinho de compras
O e-commerce vem registrando crescimento recorde nos últimos meses, e isso tem relação direta com o crescimento do Olist, startup que oferece soluções para o comércio eletrônico. Em abril, a empresa recebeu um investimento de US$ 23 milhões em uma rodada conduzida pelo Goldman Sachs Asset Management. Em outros momentos, a Redpoint eventures, SoftBank Latin America Fund, Valor Capital, Velt Partners, FJ Labs e Península também aportaram na startup.
Criado em 2015, e atualmente com 1.200 colaboradores, o Olist oferece aos comerciantes ferramentas para que operem em plataformas como B2W, Via e Mercado Livre. “Nosso crescimento é um indicativo de que o processo de digitalização acelerado provocado pela pandemia mostrou novos horizontes aos lojistas de maneira geral, que se adaptaram rapidamente à nova realidade e seguem realizando investimentos em suas lojas online, mesmo após a retomada do comércio físico”, diz Tiago Dalvi, CEO do Olist.
Com o aporte de R$ 625 milhões liderado pelos fundos da General Atlantic e do SoftBank, a idtech Unico alcançou o status de unicórnio em agosto deste ano. Uma outra rodada havia sido feita 11 meses antes, no valor de R$ 580 milhões. Criada em 2007, a empresa surgiu como Acesso Digital e cresceu oferecendo soluções de segurança digital para 800 clientes, entre eles Magazine Luiza, Pernambucanas, C6Bank, Banco Original e B2W.
O segmento cresceu de forma acelerada, sobretudo pela demanda por serviços de identificação digital consequente da pandemia. A trajetória da Unico, que tem 700 colaboradores, inclui aquisições de outras startups, como Meerkat, Vianuvem e CredDefense.
“A identidade digital já é a base para a ascensão das fintechs, que explodiram nesse período, e da ban-carização de milhões de brasileiros que estavam excluídos. Mas, por outro lado, as fraudes ainda são um problema constante no Brasil e, nesse contexto, a Unico ascendeu”, explica Diego Martins, fundador e CEO.