Depois de ter alcançado o posto de 7º melhor restaurante do mundo em 2022, A Casa do Porco caiu cinco posições e ficou em 12º lugar no ranking The World’s 50 Best Restaurants, o Oscar da gastronomia. No ano passado, ocupou a 4ª posição entre os melhores da América Latina.
Janaína é a décima mulher a receber o prêmio de melhor chef mulher na região, que no ano passado também homenageou uma brasileira, a paranaense Manu Buffara, do restaurante Manu, de Curitiba. “Estar ao lado de tantas mulheres poderosas, que representam a mudança que desejamos ver no setor, é uma grande honra”, diz a chef e proprietária d’A Casa do Porco, que oferece um menu-degustação com preparos feitos com carne suína por R$ 290.
- As 5 brasileiras à frente dos melhores restaurantes da América Latina
- Janaína Rueda diz o que está por trás do sucesso de A Casa do Porco
Na premiação, o Latin America’s 50 Best Restaurants destacou como a chef é, ao mesmo tempo, uma potência da culinária brasileira e uma empresária admirada. Ao lado do ex-marido, Jefferson Rueda, Janaína também é sócia do Bar da Dona Onça, do Hot Pork, da Sorveteria do Centro e, mais recentemente, do Merenda da Cidade, todos em São Paulo. Segundo o 50 Best, “seu foco e determinação feroz talvez expliquem por que tudo que ela toca se transforma em ouro”.
A chef também tem uma importante atuação social, e, em 2020, recebeu o American Express Icon Award Latin America, premiação dada a agentes da gastronomia que promovem mudanças no setor, contribuindo para conscientização de pautas importantes e promovendo transformações no meio e na comunidade. Janaína atuou em prol de refeições escolares mais saudáveis, como voluntária na iniciativa Cozinheiros da Educação, e da gastronomia inclusiva, liderou um movimento pelo setor de restaurantes durante a pandemia e ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade. Este ano, estreou como jurada do reality culinário Top Chef Brasil.
A trajetória de Janaína Rueda na cozinha
Nascida e criada na gastronomia, por influência de sua mãe, Janaína celebra o movimento das mulheres na gastronomia, que, segundo ela, não tem volta. “A minha casa vivia cheia de chefs e restaurateurs e tudo acontecia em torno da comida e da bebida.”
Na adolescência, ficava na cozinha de Giovanni Bruno, da cantina II Sogno Di Anarello. “Foi quem me ensinou a fazer molho de tomate”, diz. Passou por cantinas, foi cozinheira voluntária na quermesse da igreja, se especializou em vinhos e bebidas, trabalhou na Expand e na Pernod Ricard e viajou o mundo convivendo com chefs e fazendo harmonizações.
Há 15 anos, estreou como cozinheira com o Bar da Dona Onça. “E em 2015, eu e Jefferson Rueda abrimos A Casa do Porco e, então, passei a interagir mais com a alta cozinha e me especializar em fine dining.” Na porta do restaurante paulistano, no centro da cidade, as filas podem durar quatro horas.