Após os últimos dois anos, pode parecer difícil (ou até imprudente) tentar prever o que vem a seguir. No entanto, 2022 deve preparar o cenário para uma nova era de negócios e existem certos fatores que podem ser essenciais para o desenvolvimento de empresas no curto e longo prazo.
O C-suite expandido e integrado
Uma das mudanças mais marcantes é o surgimento de funções mais novas e amplas no C-suite. Uma pesquisa recente do LinkedIn mostrou que essa expansão ocorreu muito rápido – por exemplo, o nível mais alto de liderança pode agora abranger mais de 50 cargos.
O “novo” C-suite inclui funções como Chief Purpose Officer, Chief Diversity Officer e Chief Growth Officer, que enfatiza a necessidade de uma visão mais holística dos negócios e como eles existem dentro de um contexto social.
As posições sênior foram tradicionalmente isoladas, mas essas novas funções geralmente são mais focadas na integração de ideias em toda a empresa. Atuando como elo de ligação dentro da empresa, em 2022 será fundamental usar a estratégia de negócios unificados para maximizar o crescimento com o poder coletivo do C-suite expandido.
Propósito alinhado com crescimento da empresa
Uma pesquisa da Deloitte mostra que ter uma estratégia orientada a propósitos cria valor de longo prazo e vantagem competitiva. Marcas com alta priorização de propósito podem dobrar o valor de mercado quatro vezes mais rápido e empresas que atendem às expectativas dos acionistas alcançam retornos sobre o patrimônio 6,4% maiores.
Colocar iniciativas de propósito – como ESG (Meio Ambiente, Social e Governança) e DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) – no centro de um negócio é algo inegociável para qualquer estratégia de crescimento moderna. Essa abordagem permite que empresas adotem, além de compromissos de curto prazo, uma compreensão sustentável e de longo prazo do papel que a organização desempenha na sociedade.
Em 2022, a projeção é que mais organizações façam investimentos estratégicos para cumprir compromissos de propósito – e, consequentemente, construir confiança com os stakeholders e expandir a vantagem competitiva.
Foco no bem-estar e transparência
A maioria dos CEOs (80%) ampliou a flexibilidade do trabalho dentro de suas organizações e 65% dizem que também aumentaram a ênfase no bem-estar e na saúde mental. Exatamente 50% priorizou o ESG, mesma parcela que aumentou os salários. Pouco mais de um quarto distribuiu bônus de retenção.
top executive priorityOs candidatos às vagas de emprego também passaram a priorizar organizações que mantêm a humanidade no trabalho. Por isso, para empresas que visam crescimento e retenção de funcionários em 2022, flexibilidade e bem-estar para o trabalhador são inegociáveis.
Por exemplo, a Deloitte foi uma das companhias a anunciar a ampliação dessa área, investindo US$ 1 bilhão (R$ 5,16 bilhões) em remuneração e benefícios, como folga remunerada, subsídios para trabalho híbrido e atendimento voltado para saúde mental.
Investimentos em transformação digital são prioridade
De acordo com a pesquisa The Digital Workplace Reimagined, realizada pela consultoria Gartner Group, em parceria com a Deloitte, 70% das transações de serviços digitais no local de trabalho serão automatizadas até 2025 (atualmente, a parcela é de 30%). Além disso, um quarto das reuniões de trabalho envolverá assistentes virtuais até 2024, acima dos 5% atuais.
Com uma força de trabalho mais distribuída, aumentam as preocupações sobre segurança cibernética. Hackers tornam-se cada vez mais sofisticados à medida que as tecnologias se desenvolvem, já que fazem uso de sistemas remotos para encontrar novos caminhos nos sistemas de dados empresariais. O crescimento de companhias, hoje, depende do investimento em medidas fortes de segurança cibernética, para evitar potenciais perdas de lucro e de dados.