A Nasa diz que a descoberta foi feita a partir de dados coletados durante o programa Hubble RELICS (Reionization Lensing Cluster Survey, em inglês), liderado por Dan Coe no STScI (Space Telescope Science Institute), em Baltimore, nos EUA. As observações estão detalhadas em um artigo publicado na revista Nature.
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“Nós quase não acreditamos no começo, era muito mais longe do que a estrela anterior mais distante e com maior desvio para o vermelho”, disse o astrônomo Brian Welch, da Universidade Johns Hopkins e principal autor do artigo, em um comunicado.
A equipe conseguiu fazer essas observações por meio de microlentes nas quais a luz de um objeto de fundo mais distante é gravitacionalmente ampliada pela luz de um objeto de primeiro plano invisível mais próximo. Neste caso, a estrela Earendel foi ampliada por um fator de milhares de vezes pelo enorme aglomerado de galáxias WHL0137-08.
Como observa a Nasa, a massa do aglomerado de galáxias deforma o tecido do espaço, criando assim uma poderosa lupa natural.
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Mas, como Welch disse, sem lentes gravitacionais, essa estrela seria muito fraca e muito pequena para ser detectada com os telescópios Hubble ou Webb.
Earendel faz parte de uma galáxia?
Welch explica que a galáxia hospedeira é observada no longo arco vermelho captado nas imagens do Hubble.
Quanto tempo será detectável através deste raro alinhamento de lentes?
Por vários anos – tempo suficiente para ela ser estudada em comprimentos de onda infravermelhos mais longos pelo novo Telescópio Espacial James Webb da Nasa.
Neste momento, os astrônomos não são capazes de determinar se Earendel é uma estrela binária, embora a maioria das estrelas massivas tenha pelo menos uma estrela companheira menor, diz a Nasa. Eles também não são capazes de determinar seu tipo espectral, embora com certeza esteja na extremidade massiva e mais quente do espectro estelar, como uma estrela do tipo o, b ou a. Se for o caso, provavelmente já se apagou há muitos anos..
“Dada sua massa (estimada em mais de 50 vezes a massa do sol), a estrela não sobreviverá por mais de alguns milhões de anos. Portanto, quase certamente já morreu”, diz Welch.
O que o telescópio Webb nos dirá sobre essa nova descoberta?
“No primeiro ano de observações, o JWST nos dará uma estimativa mais certa da massa, bem como uma medição da temperatura”, explica Welch. “Isso nos dirá exatamente que tipo de estrela é essa. Estudos futuros também podem revelar sua composição química, nos dizendo mais sobre como ela se formou.”
Se Earendel é composta apenas de hidrogênio e hélio primordiais, a Nasa diz que seria a primeira evidência para a categoria de estrelas da População III, que se acredita serem as primeiras estrelas do cosmos formadas após o Big Bang. No entanto, Welch acha que não é provável.
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Como essa descoberta contribui com a astronomia e a cosmologia?
“Isso nos dá uma maneira de estudar uma estrela nos primeiros bilhões de anos do universo, quando elas provavelmente eram muito diferentes”, explica o autor do artigo. “Investigar este objeto em detalhes com observações futuras nos ensinará muito sobre como essas estrelas distantes se formam e evoluem.”