ESPECIAL INOVADORES NEGROS: 5 brasileiros que aceleram as maiores consultorias do mundo
Angelica Mari
14 de agosto de 2020
Divulgação
José Marcos da Silva, da Deloitte: depois de 22 anos de trabalho, começou a atuar na área de consultoria empresarial
Organizações buscando incrementar suas ofertas com inovação para atravessar a crise invariavelmente precisam de apoio para tal, por motivos que incluem a falta de expertise interna para estruturar e conduzir esforços de transformação digital.
O Brasil é um dos países que mais investem em serviços de consultoria, e a procura por ajuda para projetos relacionados à tecnologia tem aumentado de forma consistente por aqui, segundo a Source Global Research (SGR), empresa de pesquisa focada em consultoria. Em 2019, tecnologia representou 37% de toda a receita do setor no país, gerando cerca de US$ 461 milhões. A média de gastos em consultoria voltada a tecnologia é de de 30%, ou US$ 424 milhões.
Para se adaptar à crescente demanda por transformação digital, áreas dedicadas a tais projetos ganharam força nos últimos anos. Profissionais focados em inovação, que ganharam protagonismo durante a pandemia, muitas vezes influenciam a modernização interna das consultorias além de trabalhar com clientes.
À medida em que organizações se tornam mais cientes da necessidade de combater o racismo estrutural e do valor comercial de ofertas desenvolvidas por equipes diversas, o tema está cada vez mais no radar de quem toma decisões em empresas de serviços profissionais. Segundo um estudo global da SGR, 88% de sócios de consultorias concordaram que ter um corpo de sócios mais diverso facilita na conquista de novos contratos.
Porém, a realidade ainda é desafiadora para profissionais negros na indústria de consultoria, onde diversidade é “um problema perene”, principalmente quando se trata de cargos sêniores, segundo Fergus Navaratnum-Blair, da Source Global Research, em entrevista à Forbes.
“Dados de empresas onde relatórios de disparidades salariais com base em raça são parte da prática padrão sugerem que pessoas de cor – negros em particular – estão significativamente sub-representadas nas líderes de mercado, em particular no nível de sócio”, aponta
O sucesso de consultorias está condicionado à capacidade de se colocarem no lugar de seus clientes para entender seus desafios e criar respostas inovadoras para estes problemas, segundo Navaratnum-Blair:
“É consideravelmente mais difícil fazer este trabalho com equipes muito homogêneas”, diz Navaratnum-Blair, alertando para o risco de “groupthink”, o padrão de pensamento estabelecido por estes grupos não-diversos.
“Se todos na empresa pensam e agem da mesma maneira, isso vai comprometer a capacidade [das consultorias] de inovar e criar novas soluções que atendam às necessidades dos clientes de hoje”, ressalta.
Na lista desta semana da série Inovadores Negros apresentamos profissionais brasileiros que contrariam o establishment e fazem a diferença na inovação interna e externa entregue por cinco das maiores consultorias do mundo: EY, PwC, KPMG, Deloitte e Accenture.