As perspectivas climáticas da Argentina representam um “grande desafio“ para a produção de soja emilho, com chuvas abaixo do normal devido ao padrão climático La Niña esperado durante o verão da região, disse a bolsa de grãos de Buenos Aires.
A Argentina é o maior exportador mundial de soja processada e o segundo maior exportador de milho. Os agricultores estão atualmente semeando soja e milho para a temporada de 2021/22.
“Estamos enfrentando um cenário climático… que apresenta grandes desafios à produção”, disse a bolsa em seu relatório climático mensal publicado na noite de segunda-feira, acrescentando que “o retorno das chuvas pode ser adiado até meados de março”.
“Um dos efeitos mais prejudiciais causados pelo ‘La Niña’ na região de Pampeana (a área agrícola central) e áreas adjacentes é a expansão da seca sazonal, que normalmente ocorre em janeiro”, disse.
A bolsa de Buenos Aires espera uma colheita recorde de milho de 57 milhões de toneladas e produção de soja de 44 milhões de toneladas. O plantio do milho está 39,5% concluído, e o da soja, 56,1% finalizado.
Em relação ao trigo de 2021/22, cuja colheita termina em janeiro, a bolsa elevou sua estimativa de safra na semana passadapara um recorde de 21 milhões de toneladas, embora tenha notado em seu relatório que o clima adverso pode afetar o cereal nas próximas semanas.
Embora o La Niña cause seca nas regiões centrais da Argentina, também aumenta o nível de chuvas nas províncias do norte, aumentando o risco de tempestades extremas e inundações nos próximos meses.
Isso também poderia impulsionar as chuvas no Sul do Brasil, reabastecendo o rio Paraná, uma importante hidrovia de grãos que transporta cerca de 80% das exportações agrícolas da Argentina para o mar. No início deste ano, o rio atingiu o menor nível em 77 anos devido a uma seca histórica rio acima, dificultando o transporte.
(Da Reuters)