A medida interrompe as vendas e exportações da safra 2021/22, embora os embarques físicos não tenham sido iniciados porque não houve colheita.
A decisão da Argentina, o maior exportador global de farelo e óleo de soja, provavelmente vai agitar o mercado mundial de soja, que viu os preços dispararem com a invasão russa à Ucrânia. O país já tinha tomado a medida de controlar os preços internos do trigo por conta do conflito.
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O subsecretário de mercados agrícolas disse em comunicado que os registros de exportação de óleo de soja, farelo de soja e outros produtos relacionados serão imediatamente interrompidos, uma medida que ocorre antes da colheita de 2021/22, que começa dentro de algumas semanas.
Cerca de 5 milhões de toneladas de óleo de soja e outros subprodutos de soja da campanha 2021/22 até agora foram formalmente registrados para exportação, mostraram dados do governo.
“É totalmente contrário ao interesse exportador da Argentina“, disse a câmara no Twitter. “Além de ilegal, afetará a renda de divisas e o emprego na cadeia agroindustrial.”
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A declaração do governo não fez menção às tarifas de exportação, embora estas tenham sido um ponto de tensão entre agricultores e exportadores.
As exportações de óleo de soja e farelo da Argentina são atualmente tributadas em 31%. A safra de soja 2021/22 do país está estimada entre 40 milhões e 42 milhões de toneladas, embora tenha sido duramente atingida pela seca no início do ano.
Traders de soja disseram que a interrupção repentina nos fornecimentos argentinos direcionará os importadores para os Estados Unidos e o Brasil para suprimentos de reposição.
“Os compradores não têm escolha a não ser reduzir o consumo ou buscar fontes alternativas de suprimentos”, disse um trader de Cingapura, que não quis se identificar.