
A Sinograin, empresa estatal de estoques da China, deverá leiloar 160.000 toneladas métricas de soja importada na terça-feira (25), sua primeira venda desse tipo em dois meses, depois que a escassez de oferta levou vários processadores a interromper a produção.
O leilão, de soja produzida entre 2022 e 2023, terá início em 25 de março, com entregas programadas entre 1º de abril e 15 de maio, de acordo com um comunicado divulgado pelo Centro Nacional de Comércio de Grãos na sexta-feira (21).
A Sinograin já havia vendido 79.000 toneladas métricas de soja em janeiro.
A ausência de leilões desde então, combinada com o atraso nos embarques brasileiros e a lentidão nos desembaraços alfandegários, causou um aperto no fornecimento que forçou vários processadores a interromper as operações neste mês.
Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, sediada em Pequim, disse que, embora o leilão ajude a resolver as preocupações com o fornecimento, o momento pode não ser o ideal.
“A soja leiloada chegará às usinas em maio, mais ou menos na mesma época de um grande carregamento de soja brasileira”, disse Xiang.
A China, o maior comprador de soja do mundo, deve importar um recorde de 31,3 milhões de toneladas métricas entre abril e junho, principalmente do Brasil.
O aumento ocorre após a decisão de Pequim de aumentar as tarifas sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, incluindo a soja, em resposta às novas taxas dos EUA sobre as exportações chinesas.
Com o Brasil colhendo uma safra abundante, aumentos significativos nas importações da China no segundo trimestre são esperados.