Um ano depois, o ex-policial se tornaria, de fato, empreendedor graças à BlueCity, empresa dedicada a usar tecnologia para acolher a comunidade LGBTQIA+. “Nossa missão é ser uma ‘casa espiritual’ para todos da sigla, encorajando-os a serem quem realmente são e a se sentirem bem consigo mesmos”, afirma Baoli, em entrevista exclusiva à Forbes. “Por anos, eu sofri de solidão e desemparo. Foi graças à internet que pude aprender sobre a homossexualidade e descobrir que isso não era uma doença.”
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Com uma rede de 60 milhões de pessoas cadastradas, metade delas na China, o Blued possui diversas funcionalidades para aproximar e criar um ambiente de bem-estar para a comunidade LGBTQIA+. Postagem de conteúdo, realização de transmissões ao vivo, mensageria com base em geolocalização, salas de bate-papo em áudio – no estilo Clubhouse – e um serviço de encontros online, no qual os pretendentes podem conversar por vídeo rapidamente para depois avaliarem se levam o encontro adiante, são algumas das ferramentas disponibilizadas na plataforma.
DE OLHO NO BRASIL
Embora o aplicativo de relacionamentos seja extremamente popular na Ásia – o Blued é líder de mercado na China, Índia, Coreia, Tailândia e Vietnã em termos de usuários mensais ativos -, a BlueCity quer intensificar sua atuação na América Latina. No final do ano passado, em novembro, a rede social focada no público LGBTQIA+ desembarcou no Brasil. A companhia não divulga o número de usuários no país por motivos estratégicos, mas Baoli se diz otimista com as perspectivas. “Ainda estamos em um estágio inicial na América Latina, mas já alcançamos um nível substancial de crescimento desde que começamos a operar na região em 2020.”
Para promover o Blued em território brasileiro, a companhia utilizou a estratégia de divulgação por meio de importantes vozes do movimento LGBTQIA+ na internet, como, por exemplo, a drag queen Lorelay Fox, o influencer Klébio Damas e o cantor Mateus Carrilho. Além disso, a empresa também estabeleceu parcerias com ONGs referência da causa, como CASA 1 e Casinha, que trabalham pelo acolhimento de pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. “Sempre tentamos estabelecer uma conexão com as comunidades locais onde operamos”, afirma Baoli.
Além do marketing e das parcerias, a BlueCity pretende dar atenção às demandas dos atuais usuários latino-americanos do seu aplicativo para, assim, atrair cada vez mais adeptos. “Gostamos de fazer produtos e serviços personalizados de acordo com a cultura e as preferências locais”, afirma o CEO. “Sabemos que, na América Latina, as pessoas são mais diretas, passionais e que valorizam eficiência, autenticidade e criatividade.” Essas informações, segundo ele, serão utilizadas para a construção de novas funcionalidades.
O executivo espera que o seu aplicativo “ajude a apresentar a vibrante, diversa e talentosa comunidade LGBTQIA+ para o resto do mundo” e diz querer construir uma relação profunda com os usuários do Brasil. “O Blued possui uma grande variedade de funcionalidades, que vão além dos serviços baseados em geolocalização. Nós queremos criar uma plataforma de conexões e ser mais do que um ‘aplicativo de namoro’”, afirma. “Nos comprometemos a oferecer um conjunto completo de serviços para promover e aumentar o bem-estar da comunidade LGBTQIA+.”
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