Entre essas iniciativas estão o Vivo Pay, conta digital e gratuita para serviços bancários; o Vivo Diversidade, que incentiva os colaboradores a expressar sua personalidade e seu estilo para criar um ambiente “aberto, inclusivo e democrático” apoiado nos pilares de raça, gênero, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência; e o projeto Geração Distribuída, que encerrou 2021 com 21 usinas instaladas e que deve chegar a 85 unidades até o fim deste ano, para que a companhia produza sua própria energia de forma cada vez mais limpa e sustentável.
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Pergunto ao paulistano Christian Gebara, 49 anos, CEO da Vivo desde janeiro de 2019, quanto daqueles R$ 8 bilhões está ligado às práticas ESG. “Depende do que você considera ESG”, responde. “Grande parte desse investimento está relacionado à expansão da rede de fibra e de internet móvel. Esse é o nosso negócio, mas quando você chega a uma cidade levando conexão de internet, você também está desenvolvendo aquela comunidade, está levando mais acesso a educação, a serviços bancários, a cultura, entretenimento, saúde”, afirma Gebara, para quem o acesso a esses serviços básicos promove a inclusão e a cidadania.
“Por isso, não dá para falar de ESG sem falar no poder da digitalização.” Além do evidente componente social, o executivo cita uma vantagem adicional desse processo: a redução de deslocamentos e a consequente redução de emissões de gases do efeito estufa. Além de hoje comandar a maior rede de acessos (para mais de 60 milhões de clientes) e a maior rede de fibra da América Latina, Gebara engajou-se nas boas práticas ambientais, sociais e de governança antes de assumir o comando da multinacional no Brasil. “ESG faz parte do meu guarda-chuva há uns cinco anos, desde quando eu era COO.”
Meio ambiente
A Vivo é uma empresa carbono neutro há quatro anos e recicla 98% do lixo eletrônico que produz. “Fora isso, se você muda de operadora e precisa trocar seu equipamento, a gente vai na sua casa, pega seu equipamento da fibra ou da TV, restaura e reúsa na casa de outro cliente”, diz o CEO. “Estamos chegando a 80% de reutilização nesse modelo – só não é mais porque algumas pessoas não deixam a gente buscar. Então nós criamos o Recicle com a Vivo: todo mundo abre uma gaveta e encontra um monte de equipamentos eletrônicos antigos e não sabe o que fazer com eles. Agora pode levar tudo isso a uma das 1.700 lojas da Vivo pelo Brasil.” No ano passado, essa iniciativa recolheu 9,2 toneladas de equipamentos usados.
Social
A Fundação Telefônica Vivo investe cerca de R$ 65 milhões por ano em educação – do professor e do aluno. “O recente Pense Grande Tech permite que as crianças do ensino médio possam escolher algumas matérias para criar um currículo complementar, quase uma formação técnica. Por meio da fundação e das secretarias estaduais, criamos um currículo em Santa Catarina, no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul, com enorme sucesso.”
A empresa também trouxe para suas iniciativas a 42, escola de ciência da computação gratuita inaugurada em Paris em 2013, para formar programadores e cientistas de dados. “Vamos fazer o mesmo na saúde com o Vida V, um marketplace que vai ter telemedicina e descontos em cirurgias, análises clínicas e remédios.”
Governança
Nesse tópico da sigla, a empresa enfatiza o cuidado com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e o valor desses dados para seus legítimos donos – os usuários. “A discussão mundial sobre o uso de dados se insere 100% na governança. Temos todos os processos colocados para que isso seja uma realidade dentro da base de clientes da Vivo. Somos uma empresa cotada em Nova York e no Brasil, seguimos todos os critérios de governança – e somos reconhecidos por isso em vários indicadores.”
* Reportagem publicada na edição 97, lançada em maio de 2022