Na era dos relacionamentos modernos, o conceito de “sem compromisso” tem ganhado uma adesão significativa, já que promete a emoção da fase da lua de mel, mas sem as responsabilidades das relações tradicionais. Uma relação sem compromisso, pelo menos na teoria, livra você de emaranhamentos emocionais, compromissos ou expectativas sobre o futuro.
Veja também:
Vantagens
Algumas das características mais “atraentes” incluem possibilidades como (veja mais abaixo):
Liberdade e autonomia. Essas duas coisas proporcionam a ambas as partes a liberdade para explorar desejos e experimentar dinâmicas diferentes sem as expectativas e compromissos associados aos relacionamentos tradicionais.
Independência emocional. Para pessoas que priorizam o crescimento pessoal ou têm estilos de vida agitados, esse tipo de relacionamento oferece um senso de independência emocional, que permite focar em seus próprios objetivos e aspirações sem precisar atender às demandas de outra pessoa.
Exploração e satisfação sexual. Em relações sem compromisso, as pessoas encontram um espaço seguro para explorar e satisfazer desejos físicos, experimentar diversas preferências sexuais e expandir a compreensão que tem da intimidade. Essa exploração muitas vezes aumenta a autoconsciência e a confiança sexual.
Muitas vezes vista como uma alternativa libertadora aos relacionamentos tradicionais, as relações sem complicações emocionais podem ser tentadoras. No entanto, é preciso se lembrar que, embora possam oferecer certas vantagens, elas não estão livres de desvantagens.
Desvantagens
Veja dois aspectos negativos dos relacionamentos sem compromisso que precisam ser considerados antes de alguém se envolver em um:
A possibilidade de desenvolver sentimentos pela pessoa. Um dos contras mais comuns e emocionalmente desafiadores de um relacionamento sem compromisso é a chance de haver sentimentos não correspondidos. Apesar do acordo inicial para manter as emoções de fora, é natural que seres humanos desenvolvam conexões emocionais ao longo do tempo. À medida que a intimidade e a vulnerabilidade entre as pessoas crescem, fica cada vez mais provável que um — ou ambos — os parceiros desenvolvam sentimentos mais profundos. A não reciprocidade se torna uma possibilidade dolorosa, que resulta em angústia emocional e tristeza.
Além disso, se envolver emocionalmente com a pessoa com quem você tem um relacionamento sem compromisso pode te levar a se acomodar e, assim, perder oportunidades de parcerias realmente significativas e comprometidas. O medo de perder o acordo atual ou a relutância em se jogar em compromissos mais sérios podem prejudicar o seu crescimento pessoal e te impedir de encontrar um relacionamento de longo prazo saudável.
Leia também:
- Ser honesto demais em um relacionamento é errado? Psicólogo responde
- Por que “namorar” você mesmo pode transformar sua vida para sempre
- Seu parceiro está te “microtraindo”? Saiba o que é isso e o que fazer
Riscos à saúde. O impacto de um relacionamento sem compromisso não se limita ao âmbito emocional. Se envolver em relações sexuais sem transparência ou responsabilidade sexual levanta preocupações significativas para a saúde física, especialmente em relação ao risco de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Ao contrário de parcerias comprometidas, em que a exclusividade mútua e a confiança são pilares, os relacionamentos sem compromisso não têm essas proteções, tornando as pessoas mais vulneráveis a possíveis riscos à saúde.
Abordar a questão das ISTs torna-se, portanto, primordial em qualquer relacionamento sexual casual. A falta de precauções e comunicação entre parceiros sexuais aumenta exponencialmente o risco de contrair infecções. Certifique-se de praticar sexo seguro e realizar testes regularmente para ISTs, a fim de detecção precoce e tratamento, se necessário.
Outro aspecto que envolve a saúde física (bem como emocional), mas muitas vezes é negligenciado em encontros casuais, é o conceito de cuidados pós-sexuais. O cuidado pós-sexual, ou o apoio emocional e físico dado aos parceiros após a atividade sexual, é uma parte inerente de relacionamentos comprometidos, em que os parceiros naturalmente sentem uma responsabilidade pelo bem-estar um do outro.
Um estudo publicado no “Archives of Sexual Behavior” sobre casais constatou que o período após a atividade sexual é de extrema importância para promover laços íntimos. Atos de carinho após o sexo, como abraçar e compartilhar momentos íntimos, desempenham um papel significativo no aumento da satisfação sexual e no relacionamento. Esses sentimentos de satisfação, no entanto, não são exclusivos de pessoas em relacionamentos monogâmicos. Mesmo em encontros sexuais curtos e casuais, incluir o cuidado pós-sexual pode levar a uma segurança emocional.
A falta desse cuidado pode fazer com que as pessoas se sintam emocionalmente desconectadas ou até mesmo descartadas. A natureza dos relacionamentos sem compromisso muitas vezes deixa muitas pessoas se sentindo usadas, emocionalmente feridas e desvalorizadas, levando a experiências emocionais negativas a longo prazo.
Conclusão
Relacionamentos sem compromisso podem oferecer libertação das normas românticas convencionais e proporcionar experiências valiosas de exploração pessoal. No entanto, é crucial reconhecer os riscos potenciais envolvidos. Lembre-se de que as emoções podem evoluir ao longo do tempo e as dinâmicas podem mudar, o que pode levar a complicações. Esteja informado, cauteloso e autoconsciente ao entrar nesses relacionamentos.
Veja também: 3 brigas clássicas em relacionamentos e como resolvê-las
-
Getty Images 1. Finanças
Um estudo publicado na Family Relations descobriu que, embora o dinheiro represente apenas 19% dos conflitos nos relacionamentos, as discussões sobre finanças foram consideradas “mais difundidas, problemáticas e recorrentes” em comparação a outras questões. Esses conflitos também tendiam a permanecer sem solução, apesar de mais tentativas de resolvê-los. A razão mais provável pela qual o dinheiro ganha uma má reputação talvez seja porque ele está fortemente ligado a sentimentos de poder pessoal e independência.
Um estudo recente publicado no Journal of Consumer Research sugere um antídoto para esses conflitos: que os casais unam suas finanças para se proteger contra crises no relacionamento ao longo do tempo.
As descobertas sugerem três possíveis razões pelas quais a fusão das finanças leva a resultados positivos: as contas conjuntas incentivam os parceiros a considerar como justificar suas compras um ao outro, levando a menos conflitos e a um melhor bem-estar financeiro; a transparência introduzida pela abertura de uma conta conjunta pode permitir que os parceiros entendam melhor as prioridades uns dos outros e alinhem seus objetivos financeiros; e mesclar dinheiro em uma conta conjunta pode criar uma sensação de união e acabar com a dinâmica de “seu dinheiro” versus “meu dinheiro”.
Conversas abertas para passar por essas mudanças são vitais. A principal autora do artigo, Jenny Olson, da Universidade de Indiana, sugere: noivos ou recém-casados muitas vezes têm dificuldades para combinar suas finanças. Para se aprofundar efetivamente nas questões financeiras, noites de encontros regulares para discuti-las podem desempenhar um papel fundamental. Essas conversas planejadas permitem que os parceiros se preparem e evitem se sentir pegos de surpresa por discussões ou decisões financeiras inesperadas.
-
Getty Images 2. Sexo
O sexo desempenha um papel vital em muitos relacionamentos, e as diferenças de desejos e necessidades muitas vezes podem levar à insatisfação e à discórdia.
Por exemplo, um estudo recente publicado na revista Psychology and Sexuality sugere que heterossexuais que aderem fortemente às crenças tradicionais de gênero e endossam estereótipos em torno da sexualidade masculina podem ser mais propensos a se envolver em conformidade sexual, que envolve atividade sexual consensual, mas indesejada. Isso pode ocorrer quando um indivíduo se envolve em atos sexuais por motivos altruístas, como atender às necessidades de seu parceiro ou por respeito às normas de relacionamento estabelecidas.
Para neutralizar questões relacionadas ao sexo, uma pesquisa publicada na Sexual and Relationship Therapy sugere que os casais tenham uma comunicação autêntica sobre o assunto que aumente o prazer para todos os envolvidos.
-
Getty Images 3. Tarefas domésticas
A divisão das tarefas domésticas pode causar conflitos devido à falta de equilíbrio de responsabilidades e diferenças nos padrões de limpeza. Um parceiro pode se sentir sobrecarregado enquanto o outro contribui menos, levando a sentimentos de injustiça e ressentimento.
Um estudo publicado no Archives of Sexual Behavior destaca como uma divisão desigual do trabalho doméstico pode explicar o baixo desejo sexual nas mulheres. Os resultados indicam que as mulheres que assumiram uma parcela maior das tarefas domésticas em comparação com seus parceiros tiveram diminuição do desejo sexual. Essas mulheres também eram mais propensas a enxergar a divisão do trabalho como injusta e a ver seus parceiros como dependentes delas, ambas questões associadas a níveis mais baixos de desejo sexual.
Para abordar esse problema de forma proativa, a pesquisa sugere: identifique áreas de desigualdade e explore maneiras de fazer mudanças que forneçam mais apoio ao parceiro; deixe seu parceiro saber que você gostaria de explorar maneiras de aliviar a carga dele em casa; desafie os papéis tradicionais de gênero promovendo uma abordagem de trabalho em equipe para as tarefas.
Ao mostrar seu compromisso em compartilhar as tarefas domésticas, você pode sentir melhorias em outros aspectos de seu relacionamento, incluindo sua vida sexual. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Family Psychology revelou que, quando os parceiros do sexo masculino começaram a dar uma contribuição justa para o trabalho doméstico, os casais tiveram uma vida sexual mais ativa e satisfatória.
-
Getty Images Conclusão
Conflitos são uma parte natural de qualquer relacionamento, mas compreender as razões por trás deles pode guia-los até uma resolução. Quando desentendimentos surgirem, lembre-se de abordá-los com empatia, realmente ouvir um ao outro e estar aberto a fazer concessões. Além disso, tenha em mente que não se trata de evitar totalmente o conflito, mas sim de como você lida com isso, que é o que realmente molda a felicidade e o sucesso do seu relacionamento.
1. Finanças
Um estudo publicado na Family Relations descobriu que, embora o dinheiro represente apenas 19% dos conflitos nos relacionamentos, as discussões sobre finanças foram consideradas “mais difundidas, problemáticas e recorrentes” em comparação a outras questões. Esses conflitos também tendiam a permanecer sem solução, apesar de mais tentativas de resolvê-los. A razão mais provável pela qual o dinheiro ganha uma má reputação talvez seja porque ele está fortemente ligado a sentimentos de poder pessoal e independência.
Um estudo recente publicado no Journal of Consumer Research sugere um antídoto para esses conflitos: que os casais unam suas finanças para se proteger contra crises no relacionamento ao longo do tempo.
As descobertas sugerem três possíveis razões pelas quais a fusão das finanças leva a resultados positivos: as contas conjuntas incentivam os parceiros a considerar como justificar suas compras um ao outro, levando a menos conflitos e a um melhor bem-estar financeiro; a transparência introduzida pela abertura de uma conta conjunta pode permitir que os parceiros entendam melhor as prioridades uns dos outros e alinhem seus objetivos financeiros; e mesclar dinheiro em uma conta conjunta pode criar uma sensação de união e acabar com a dinâmica de “seu dinheiro” versus “meu dinheiro”.
Conversas abertas para passar por essas mudanças são vitais. A principal autora do artigo, Jenny Olson, da Universidade de Indiana, sugere: noivos ou recém-casados muitas vezes têm dificuldades para combinar suas finanças. Para se aprofundar efetivamente nas questões financeiras, noites de encontros regulares para discuti-las podem desempenhar um papel fundamental. Essas conversas planejadas permitem que os parceiros se preparem e evitem se sentir pegos de surpresa por discussões ou decisões financeiras inesperadas.
*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.